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Bulgária

Na Bulgária, papa diz que despovoamento do país pode ser revolvido com chegada de migrantes

Em visita ao país que é uma das principais entradas de migrantes na União Europeia, o papa Francisco sugeriu que o despovoamento búlgaro seja resolvido com "a abertura para aqueles que batem às suas portas". Há décadas, a Bulgária enfrenta uma emigração em massa, além da baixa taxa de natalidade.

Papa Francisco abençoa crianças na chegada a Sofia, na Bulgária, neste domingo (5).
Papa Francisco abençoa crianças na chegada a Sofia, na Bulgária, neste domingo (5). REUTERS/Yara Nardi
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"A Bulgária se confronta com as consequências da emigração, registrada nas últimas décadas, de mais de dois milhões de cidadãos", destacou o sumo pontífice. Em seu primeiro discurso em Sofia, Francisco se disse preocupado com o país que registra o maior despovoamento no mundo. Segundo ele, o desenvolvimento da nação deve passar por um "encontro de culturas e religiões diferentes".

Segundo a ONU, as principais razões do fenômeno são a emigração em massa dos búlgaros, a baixa taxa de natalidade, além de uma média de mortalidade superior à da União Europeia. A Bulgária conta atualmente com sete milhões de habitantes, contra nove milhões na época do fim do comunismo. Até 2050, a população pode diminuir para 5,4 milhões, de acordo com estimativas. 

Para combater o que os especialistas chamam de "inverno demográfico", o papa pediu "mais esforços para criar condições favoráveis, de forma que os jovens invistam sua energia e programem seu futuro pessoal e familiar em sua pátria". Incansável defensor dos refugiados, o sumo pontífice resolveu fazer um apelo, diante de autoridades búlgaras, em favor daqueles que "fogem das guerras e da miséria".

A questão é extremamente sensível no país. Na fronteira com a Turquia, a Bulgária viu transitar uma imensa quantidade de migrantes na crise de 2015 e 2016. Temendo a permanência de refugiados no país, o partido do primeiro-ministro conservador Boïko Borissov, que governa desde 2017 em uma coalizão nacionalista, não hesita em investir em um discurso xenófobo, "para incitar medo na população", avalia o último relatório do escritório búlgaro da ONG de direitos humanos Comitês de Helsinki.

Diálogo com a igreja ortodoxa

O papa Francisco iniciou neste domingo uma viagem à Bulgária e à Macedônia para demonstrar sua vontade de diálogo com os líderes da igreja ortodoxa. Quase 44 mil búlgaros se declaram católicos. 

O papa teve, no entanto, de adaptar as cerimônias religiosas que previa realizar junto com sacerdotes ortodoxos. A igreja ortodoxa búlgara afirmou que oferece "toda a hospitalidade a Francisco", mas as normas da entidade proíbem a participação de seus religiosos em qualquer outro tipo de cerimônia ecumênica. Assim, a "oração pela paz", programada pelo Santo Padre em uma praça pública da capital búlgara, teve de se transformar em uma "reunião" pela paz.

Além da capital Sofia, o sumo pontífice visita a cidade de Rakovski, que abriga a maioria dos católicos búlgaros. Depois, Francisco segue para a Macedônia, onde visitará apenas a capital, Skopje, cidade natal da madre Teresa de Calcutá, canonizada em 2016.

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