Índia: ioga, o “soft power” do primeiro-ministro Narendra Modi
Em todo o mundo, esta sexta-feira (21) marca o 5º Dia Internacional da Ioga. Na Índia, país no qual essa prática remonta há mais de 2.000 anos, eventos comemorativos foram organizados em várias cidades. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o grande arquiteto da campanha pelo reconhecimento da ioga pela ONU, esteve no centro das festividades.
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Antoine Guinard, correspondente da RFI em Nova Délhi
"Tornar a ioga uma parte integral da vida dos pobres" foi o objetivo explicitado por Narendra Modi na frente de uma multidão de cerca de 30 mil pessoas em Ranchi, capital do estado de Jharkhand no leste da Índia, nesta sexta-feira (21). O primeiro-ministro indiano, em seguida, convidou seu público a realizar com ele os "asanas", movimentos e meditações de ioga.
Em outros lugares da Índia, os ministros indianos da Defesa e do Interior, além de vários outros ministros e deputados do BJP, o partido nacionalista hindu de Modi, também participaram de eventos para celebrar o quinto Dia Mundial da Ioga. Trezentas sessões de ioga foram organizadas no total pelo partido em Nova Délhi, eventos que devem contar com a participação de mais de um milhão de pessoas.
A data é acima de tudo uma vitória diplomática e política para o superpoderoso Narendra Modi. Pouco depois de assumir o cargo, em maio de 2014, ele lançou com sucesso a iniciativa na Assembleia Geral da ONU. O primeiro Dia Mundial da Ioga aconteceu no ano seguinte.
Para seus detratores, essa é uma maneira de Modi e seu partido promoverem sutilmente a “hinduização” da sociedade indiana, um dos pilares ideológicos de sua família política.
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