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Irã/Reino Unido

Irã denuncia ato de pirataria e exige liberação imediata de petroleiro interceptado em Gibraltar

O Irã pediu nesta sexta-feira (4) ao Reino Unido a "liberação imediata" do petroleiro iraniano interceptado na costa de Gibraltar. Teerã denunciou a retenção do navio como um ato de "pirataria", informa um comunicado divulgado hoje pelo ministério da Relações Exteriores, que também afirma que o petroleiro foi interceptado em "águas internacionais".

Patrulha da Marinha Real Britânica interceptou em Gibraltar o petroleiro Grace 1, suspeito de transportar petróleo bruto iraniano para a Síria.
Patrulha da Marinha Real Britânica interceptou em Gibraltar o petroleiro Grace 1, suspeito de transportar petróleo bruto iraniano para a Síria. REUTERS/Jon Nazca
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O pedido iraniano foi apresentado ao embaixador britânico em Teerã, Rob Macaire. O diplomata foi convocado na noite de quinta-feira (4) pelo ministério das Relações Exteriores indica o documento.

Durante a reunião, as autoridades iranianas afirmaram que a captura do petroleiro era "inaceitável" e pediram a Londres a liberação do navio, que foi interceptado, segundo as informações do Irã, “a pedido dos Estados Unidos”.

Petróleo para a Síria

O petroleiro "Grace 1" foi retido pela Marinha britânica diante das suspeitas de que transportava petróleo para a Síria, o que representaria uma violação das sanções europeias contra Damasco. A operação aconteceu na quinta-feira, na costa do território britânico de Gibraltar, no extremo sul da península Ibérica.

As autoridades britânicas afirmam que a ação aconteceu quatro quilômetros ao sul do Rochedo de Gibraltar, em uma área usada pelas embarcações para se reabastecer. O ministro espanhol das Relações Exteriores, Josep Borrell, disse que a ação teria atendido um "pedido dos Estados Unidos ao Reino Unido".

A chancelaria iraniana destacou que “o Reino Unido não tinha nenhum direito de impor as próprias sanções, ou as da União Europeia, contra o país de forma extraterritorial, uma vez que o petroleiro navegava por águas internacionais”. Esta forma de agir é "absolutamente idêntica à política brutal dos Estados Unidos, contra a qual os países europeus sempre protestaram", completa o comunicado do ministério das Relações Exteriores do Irã. O texto afirma ainda que "foram entregues ao embaixador britânico documentos sobre o petroleiro e sobre sua carga, que mostram que o navio era perfeitamente legal".

Represálias

Em uma mensagem publicada no Twitter e divulgada pela agência Mehr, o líder iraniano ultraconservador Mohsen Rezai menciona a possibilidade de adoção de represálias contra os britânicos. "Em 40 anos de história, a Revolução Islâmica nunca provocou nenhuma tensão, mas diante da arrogância, nunca hesitamos em responder", escreveu Renzai, secretário do Conselho de Discernimento, um cargo importante do sistema político iraniano.

"Se a Grã-Bretanha não liberar o #petroleiro_iraniano, as autoridades responsáveis devem atuar reciprocamente e interceptar e capturar um petroleiro britânico", completou o tuíte.

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