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Hong Kong/Protestos

Protestos levam aeroporto a cancelar todos os voos em Hong Kong

O aeroporto de Hong Kong - o oitavo mais frequentado do mundo - anunciou o cancelamento de todos os voos previstos para sair e chegar ao território chinês nesta segunda-feira (12). A decisão é consequência da ocupação do principal terminal por manifestantes pró-democracia.

Os manifestantes pró-democracia ocupam o terminal de embarque do aeroporto de Hong Kong, nesta segunda-feira 12 de agosto de 2019.
Os manifestantes pró-democracia ocupam o terminal de embarque do aeroporto de Hong Kong, nesta segunda-feira 12 de agosto de 2019. Reuters/Thomas Peter
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Desde sexta-feira (9), 5 mil militantes vestidos de preto se aglomeram no local com o objetivo de sensibilizar os turistas que chegam a Hong Kong sobre a mobilização em defesa da autonomia do território e contra a violência policial. A direção do aeroporto informou, em um comunicado, que as operações no terminal aéreo foram "gravemente perturbadas" pela manifestação e que "todos os voos foram cancelados pelo resto do dia", exceto as viagens com embarque concluído e os voos que já estavam a caminho de Hong Kong.

Os protestos já duram dois meses, com uma dura repressão da polícia, e têm cada vez mais adesão. A chefe de governo, Carrie Lam, continua se recusando a negociar com os manifestantes.

Mobilização sem precedentes

A mobilização, sem precedentes, abala a ex-colônia britânica e começou em oposição a um projeto de lei que previa extradições de Hong Kong para a China. Mas agora os militantes têm várias outras reivindicações, entre elas, a renúncia da chefe de governo, a ingerência de Pequim e o direito de escolher seu representante, já que é a China que indica o chefe de governo de Hong Kong.

Nesta manhã, aliás, o governo chinês afirmou que os manifestantes são extremamente radicais e que observa "sinais de terrorismo" no movimento de protesto nesta região semiautônoma. Pequim endurece o tom de seu discurso e das ameaças de intervenção.

O cancelamento de voos e os pronunciamentos da China evidenciam uma nova escalada na crise que começou em junho e é a mais grave em Hong Kong desde sua devolução a Pequim em 1997. Até agora foram 10 fins de semana consecutivos de protestos, muitos deles terminaram em confrontos violentos entre radicais e as forças de segurança.

De acordo com o princípio "Um país, dois sistemas", que regulamentou a retrocessão, Hong Kong goza de liberdades inexistentes na China, em tese até 2047. Mas um setor da população acredita que Pequim mina cada vez mais os direitos.

Violência policial

Na manifestação desse domingo (11) nas ruas de Hong Kong, a polícia lançou gás lacrimogêneo contra os manifestantes que revidaram jogando tijolos. Em uma estação de metrô, os militantes usaram os extintores de incêndio e as mangueiras contra os agentes.

Uma fonte do governo de Hong Kong informou que 45 pessoas ficaram feridas nos confrontos, duas delas em estado grave. Fotos de uma mulher no chão com o rosto ensanguentado foram publicadas nas redes sociais para convocar novas manifestações. "Olho por olho", afirmava um panfleto que convocava os protestos no aeroporto.

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