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Conquista espacial

Índia vive suspense na expectativa de seu primeiro pouso na Lua

A Índia viverá 15 minutos de suspense, na noite desta sexta-feira (6), com o pouso na Lua de uma sonda sem tripulação e, na sequência, a tentativa de fazer o satélite retornar para a Terra. O evento é considerado uma etapa essencial para se chegar a Marte.

Foguete indiano tentará realizar o pouso na face oculta da Lua.
Foguete indiano tentará realizar o pouso na face oculta da Lua. Nasa Giss
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Lançado em 22 de julho de uma plataforma no sul da Índia, o módulo de descida Vikram da missão Chandrayaan-2 deve pousar entre 1h30 e 2h30 de sábado (17h-18h de sexta em Brasília) perto do polo sul lunar, após um mês e meio de rotações orbitais da Terra e da Lua.

Quando estiver imóvel, a sonda vai liberar, entre 5h30 e 6h30 locais (21h-22h de sexta em Brasília), um pequeno robô móvel. Ele terá de funcionar por energia solar durante pelo menos 14 dias e coletar amostras científicas. Se a alunissagem [pouso na Lua] for realizada com sucesso, a Índia se tornará a quarta nação no mundo a conseguir colocar um aparelho em solo lunar, depois de União Soviética, Estados Unidos e China.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, assistirá ao pouso da sede geral da agência espacial ISRO, em Bangalore. Trata-se de uma fase muito complexa: se o aparelho não desacelerar o suficiente, chegará rápido demais e se chocará contra a superfície. Em abril, uma sonda lunar israelense fracassou na queda e caiu.

Face oculta da Lua

No Dia D, "teremos 15 minutos aterradores para fazer o pouso com total segurança perto do polo sul", disse em julho o presidente da ISRO, K Sivan. Chandrayaan-2 - "carro lunar", em hindi - será o primeiro aparelho espacial a pousar na região do polo sul, inexplorada pelo homem. As alunissagens anteriores, especialmente as do programa norte-americano Apollo, aconteceram no nível do Equador, na face visível da Lua.

No início do ano, uma sonda chinesa aterrissou pela primeira vez na parte oculta. "A Índia vai onde, provavelmente, estarão as futuras colônias humanas em 20, 50, ou 100 anos", explica Mathieu Weiss, representante do centro espacial francês na Índia. "É por isso que toda comunidade científica acompanha esta missão", completou.

Os polos lunares têm temperaturas constantes e água, em forma de gelo, à sombra de enormes crateras. São fatores cruciais para poder instalar futuros centros, imaginados como terrenos de experimentação científica e bases com destino ao planeta Marte. "Vamos à Lua, porque é a primeira etapa para ir para Marte. Não é interessante ir à Lua se não estiver dentro da perspectiva global de voos para Marte", afirma Weiss.

"Se a gente quiser sobreviver na Lua, precisaremos de água para viver e precisamos de água para produzir energia. Com água, podemos fazer os motores funcionarem", completou.

Nova Délhi investiu US$ 140 milhões no Chandrayaan-2, um montante bem inferior aos das demais agências espaciais para uma missão deste tipo. Até 2022, a ISRO espera enviar três astronautas ao espaço, o que será seu primeiro voo tripulado. Seus cientistas também trabalham na elaboração de sua própria estação espacial, um projeto que pode se concretizar na próxima década.

 

(Com informações da AFP)

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