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China

Repressão a protestos no "Dia da Dor" deixa feridos em Hong Kong

Um manifestante pró-democracia foi ferido a tiros disparados pela polícia e se encontra em estado crítico, nesta terça-feira (1), em Hong Kong. Contrariando a proibição das autoridades locais, que não autorizaram manifestações no dia em que a China festeja 70 anos de fundação da república comunista, milhares de moradores da cidade atenderam a um chamado lançado nas redes sociais e foram às ruas protestar no "Dia da Dor".

Polícia utilizou gás lacrimogênio contra manifestantes em Hong Kong.
Polícia utilizou gás lacrimogênio contra manifestantes em Hong Kong. REUTERS/Jorge Silva
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O manifestante em estado grave foi atingido por um tiro no peito durante confrontos entre policiais e militantes pró-democracia na área de Tsuen Wan, situada no bairro Novos Territórios. Ele recebeu os primeiros cuidados na rua, antes de ser transportado para o hospital Princess Margaret. Um policial teria usado sua arma de serviço contra os participantes do protesto. nesse local, vários manifestantes usavam máscaras para cobrir o rosto e carregavam bastões ou guarda-chuvas, símbolo do movimento anti-Pequim. Eles teriam atacado policiais da tropa de choque, que efetuavam detenções.

A polícia usou canhões de água, gás lacrimogênio e atirou com balas de borracha para dispersar protestos em pelo menos quatro bairros de Hong Kong. Indivíduos radicalizados lançaram bombas de coquetel molotov contra prédios da administração. Houve manifestações em pelo menos 12 áreas da cidade.

Em Tuen Mun, uma cidade ao norte de Hong Kong, as autoridades afirmam que manifestantes lançaram um líquido corrosivo contra os policiais. Elas publicaram fotos de um agente com o uniforme esburacado e sofrendo de queimaduras no peito.

A principal manifestação aconteceu em frente ao prédio da missão oficial da China em Hong Kong, frequentemente visado pelos manifestantes. Eles jogaram ovos no retrato do presidente chinês, Xi Jinping, e arrancaram os cartazes dos 70 anos de criação da República Popular da China.

Chefe do Executivo ausente

A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, participa das celebrações em Pequim ao lado de outras lideranças chinesas. Para evitar distúrbios, ela deixou Hong Kong aos cuidados de 6 mil policiais. Mais de uma dezena de estações de metrô amanheceram fechadas, assim como diversos shoppings.

Para muitos defensores do projeto "um país, dois sistemas", Pequim tem violado as liberdades em Hong Kong, e a celebração dos 70 anos de fundação do regime comunista é o momento ideal para aumentar a potência dos protestos. A cerimônia oficial foi transferida para um local fechado para evitar as manifestações antigoverno que não cessam desde junho.

Os fogos de artifício no Porto Vitória, que marcam a festa nacional chinesa em Hong Kong em 1º de outubro, foram cancelados por "motivos de segurança". O evento costumava atrair todos os anos cerca de 300 mil pessoas. Desde 1997, é a terceira vez que a festividade é cancelada. A cerimônia oficial foi transferida para um local fechado para evitar os protestos antigoverno que não cessam desde junho. Convidados vão assistir em um telão o hasteamento da bandeira da China.

Em nota oficial, a União Europeia fez um apelo pelo fim da violência em Hong Kong e defendeu o diálogo como única forma de obter avanços.

*Com informações de agências e da correspondente Luiza Duarte

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