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Costa Rica: ex-presidente de centro-esquerda e ex-ministro conservador disputam 2º turno

O ex-presidente de centro-esquerda, José María Figueres, e o ex-ministro da Fazenda, o conservador Rodrigo Chaves, disputarão, em 3 de abril, o segundo turno da eleição presidencial na Costa Rica, em meio a uma grave crise econômica.

O ex-presidente de centro-esquerda José María Figueres e o ex-ministro da Fazenda conservador Rodrigo Chaves, que vão disputar o 2° turno nas eleições presidenciais da Costa Rica.
O ex-presidente de centro-esquerda José María Figueres e o ex-ministro da Fazenda conservador Rodrigo Chaves, que vão disputar o 2° turno nas eleições presidenciais da Costa Rica. © REUTERS - AFP
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Após a apuração de 80% das urnas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou que Figueres, 67, do Partido Libertação Nacional (PLN), lidera a disputa com 27% dos votos. O economista de direita, Rodrigo Chaves, de 60, do Progresso Social Democrático, surpreendeu - ele não estava entre os favoritos nas pesquisas - e recebeu 16,7% dos votos. Chaves foi ministro da Fazenda do atual governo por cerca de seis meses.

"Afirmei, durante a campanha, que a Costa Rica merecia ganhar e, hoje, começou a ganhar. Vai continuar vencendo definitivamente com nosso triunfo", disse Figueres na sede do QG de campanha, em San José.

"Vamos agora para o segundo turno. Peço que deixe para trás o conflito e o confronto inútil (...) José María (Figueres). Peço uma campanha de alto nível, com propostas e ideias", declarou Chaves.

O conservador e evangélico Fabricio Alvarado, 47, do Partido Nova República, ficou em terceiro lugar, com 15% dos votos. O primeiro turno da eleição na Costa Rica teve 25 candidatos. Para que ele chegasse ao segundo, seria necessário obter mais de 40% dos votos.

Eleição também define os deputados da Assembleia Legislativa

Figueres governou a Costa Costa Rica entre 1994 e 1998. É filho do emblemático ex-presidente José Figueres Ferrer, que aboliu o Exército em 1948. A eleição também definirá os 57 deputados da Assembleia Legislativa. Os primeiros cálculos apontam para um Parlamento dividido.

A votação foi marcada pelo desânimo da população, em meio aos problemas econômicos que afetam o país e às acusações de corrupção, o que levou a uma taxa de abstenção de 40%, a mais elevada da história do país.

A Costa Rica é uma das democracias mais estáveis da América Latina e o primeiro país da região no ranking global de felicidade 2018-2020, mas foi afetada por uma grave crise financeira e social. 

O  país, conhecido como a "Suíça da América Central", enfrenta altos índices de desemprego (14,4% em 2021) e de pobreza (23% em 2021) e sua dívida pública é equivalente a 70% do Produto Interno Bruto (PIB). A situação se agravou com a pandemia da Covid-19. Desde o início de 2020, a crise sanitária provocada pelo coronavírus afetou o turismo, um dos principais setores do país.

Em uma população de cerca de 5 milhões de habitantes, "há 1,5 milhão de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza e 1 milhão em pobreza extrema", sublinhou Figueres depois de ter depositado o seu voto na urna na manhã de domingo (6).

Irregularidades milionárias

Além disso, nos últimos 13 anos, dois ex-presidentes enfrentaram julgamentos por corrupção, sendo que um deles foi condenado). Em 2021, dois casos de irregularidades milionárias no setor de obras públicas vieram à tona, envolvendo ministros. Esses escândalos minaram a credibilidade e a reputação dos políticos, e o governo alcançou uma pontuação recorde de 72% de impopularidade.

O atual presidente, Carlos Alvarado, destacou, no entanto, a solidez democrática do país. "Estamos entre as democracias mais fortes do mundo e hoje reafirmamos isso com nosso voto (...). Outros países não têm essa opção livre. Nós temos eleições ininterruptas desde 1953", frisou.

A Costa Rica "é um país com uma democracia robusta (...). Mostra elementos que podem servir de exemplo para outros países", saudou Isabel de Saint Malo, que lidera a missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA).

(Com informações da AFP)

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