Petrobrás usa pipoca para simular vazamento de petróleo

Segundo o jornal francês Le Monde, a Petrobrás quer mostrar à comunidade internacional que está preparada para enfrentar uma catástrofe petrolífera e pode intervir em até 24 horas em qualquer base nacional. A pipoca foi escolhida como material de teste porque, misturada com água, forma uma consistência parecida com a do petróleo.

Plataforma petrolífera semi-submersível estacionada na Baía da Guanabara, em frente à Ilha de Boa Viagem (Niterói). Flick

A Petrobrás utilizou pipoca para simular um vazamento de petróleo no Rio Negro como parte de um exercício ecologicamente correto, informou o jornal francês Le Monde desta quinta-feira. A idéia foi representar 800 mil litros de óleo bruto despejados no Rio Negro para mostrar à comunidade internacional que a companhia está preparada para enfrentar uma catástrofe petrolífera e pode intervir em até 24 horas em qualquer base nacional. A pipoca foi escolhida como material de teste porque, misturada com água, forma uma consistência parecida com a do petróleo.

Para recolher o falso petróleo a Petrobrás utilizou cinco pequenas embarcações guiadas à partir de uma sala de controle instalada na beira do rio. O teste aconteceu em meio à Conferência de Segurança Petrolífera realizada pela associação Clean Caribbean & Americas que reúne as grandes companhias petrolíferas do Caribe e das Américas. Com as buscas do pré-sal, o Brasil se torna mais vulnerável a acidentes como o que aconteceu há três meses no Golfo do México.

O jornal francês salientou ainda que no mesmo dia em que a Petrobrás fez testes operacionais para evitar tragédias ecológicas também recebeu uma multa de 6 milhões de reais pelo vazamento de resíduos poluentes da Refinaria de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, em 2001. A companhia estatal acumula ainda a suspensão, em agosto deste ano, das atividades da plataforma P-33, localizada no norte do Rio de Janeiro.