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Brasil/Imprensa francesa

Movimento "mulheres contra Cunha" é analisado pelo Le Monde

A revista dominical "M" do jornal francês Le Monde, que chegou às bancas neste sábado (5), traz um artigo sobre o movimento brasileiro "mulheres contra Cunha". "As mulheres dizem basta ao machismo" é o título do texto, assinado pela correspondente do diário na Brasil, Claire Gatinois.

Matéria da revista dominical do jornal Le Monde, deste domingo 6 de dezembro de 2015.
Matéria da revista dominical do jornal Le Monde, deste domingo 6 de dezembro de 2015.
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O artigo começa informado que uma "primavera feminista" sacode o Brasil há algumas semanas. As brasileiras, com frequência denegridas, desprezadas, ou violentadas, manifestam seu descontentamento diante do recuo de seus direitos em uma sociedade cada dia mais machista e conservadora. E movimento não perde o fôlego, constata Le Monde.

Milhares de brasileiras desfilam nas ruas de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre ou Belo Horizonte desde o final de outubro para denunciar o machismo e reivindicar direitos elementares, como o de abortar. O artigo explica que uma das palavras de ordem é "fora Cunha", em referência ao inimigo jurado do movimento, o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil. O motivo do desafeto é o projeto de lei de autoria de Eduardo Cunha, do bloco evangélico, que limita ainda mais o direito ao aborto no Brasil, aponta o texto.

Movimento também denuncia aumento da violência contra mulheres

A revista M diz que o movimento, que agita as redes sociais, é bem mais abrangente e denuncia também a violência contra as mulheres, que vai desde um tapa e de uma passada de mão, até o estupro e a morte. Os "femicídios" registraram aumento de 21% nos últimos 10 anos. Hashtags como #meuamigosecreto ou #primeiroassedio são usados por milhares de mulheres, domésticas ou celebridades da TV, que contam sua primeira agressão sexual.

O artigo, que conta ainda as polêmicas provocadas pela declaração chocante de um telespectador sobre uma candidata menor do programa Master Chef ou pela frase de Simone de Beauvoir no Enem, termina com a entrevista de uma especialista.

Elizabete Franco Cruz, professora de USP, diz que as brasileiras "lutam contra um machismo arraigado", exacerbado hoje pelo crescimento das Igrejas Evangélicas. "Vivemos um momento de regressão, um mundo dividido entre o bem e o mal, o retorno da inquisição".
 

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