Cientistas que criaram criomicroscopia eletrônica vencem Nobel de Química
O suíço Jacques Dubochet, o americano Joachim Frank e o britânico Richard Henderson foram anunciados nesta quarta-feira (4) como os vencedores do Prêmio Nobel de Química pela criomicroscopia eletrônica, um método revolucionário de observação das moléculas, que utiliza uma reconstrução em três dimensões.
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Graças às suas descobertas, "os cientistas podem agora produzir estruturas tridimensionais de biomoléculas", explicou o júri. A possibilidade de reconstruir as amostras de, por exemplo, vírus ou bactérias, em três dimensões é revolucionária. "Uma imagem é a chave para a compreensão", reiterou a Academia.
O método desenvolvido pelo trio permite estudar amostras biológicas sem alterar suas propriedades, pois evita a necessidade de usar corantes, assim como os feixes de elétrons desprendidos pelos raios X.
A microscopia eletrônica convencional desidrata as amostras - muitas vezes constituídas por uma grande quantidade de água -, de modo que as altera. Também são modificadas pelo uso de corantes, ou de sais, para melhorar a resolução da imagem.
Quase 40 anos de pesquisa
Até os anos 1980, quando Jacques Dubochet e sua equipe inventaram a criomicroscopia eletrônica, os cientistas congelavam a amostra para conservá-la em seu estado original.
Em 1990, Henderson, atualmente com 72 anos, foi o primeiro a produzir uma imagem tridimensional de resolução atômica de uma proteína. Joachim Frank, de 77 anos, aperfeiçoou a técnica e a tornou mais simples. Jacques Dubochet, de 75 anos, vitrificou a água, o que permite às biomoléculas conservarem sua forma natural.
(Com informações da AFP)
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