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Corte francesa julga recurso de dois condenados por atentados do Charlie Hebdo

Em dezembro de 2020, 14 acusados pelos atentados contra o jornal Charlie Hebdo foram condenados a penas de quatro anos de detenção à prisão perpétua. Dois deles, Ali Riza Polat e Amar Ramdani, que conheciam Amedy Coulibaly, um dos autores dos ataques, entraram com um recurso de apelação que começa a ser analisado nesta segunda-feira (12).

Policiais examinam local do ataque ao jornal Charlie Hebdo, em 7 de janeiro de 2015
Policiais examinam local do ataque ao jornal Charlie Hebdo, em 7 de janeiro de 2015 REUTERS/Christian Hartmann
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Os atentados ocorridos entre 7 e 9 de janeiro de 2015 tiveram como alvo o jornal satírico Charlie Hebdo, no 11° distrito de Paris, e o supermercado de produtos kosher Hyper Cacher, em Vincennes, na região parisiense. No total, 17 pessoas morreram nos ataques.

Segundo a Promotoria, Ali Riza Polat era "o braço direito" de Amedy Coulibaly. Ele teria obtido armas e explosivos para o terrorista e contribuído para a venda de um carro dele. Após os atentados, Polat tentou fugir para a Síria. Durante os ataques, Coulibaly, que afirmou ser integrante do grupo Estado Islâmico, matou uma policial em Montrouge, perto de Paris, e quatro pessoas no supermercado Hyper Cacher, depois de tomar os clientes como reféns. 

No primeiro processo, o franco-turco Ali Roza Polat foi condenado a 30 anos de prisão por cumplicidade nos crimes cometidos pelo extremista e pelos irmãos Chérif e Saïd Kouachi, autores do ataque ao jornal Charlie Hebdo, que deixou 12 vítimas. Polat, entretanto, afirma que não conhecia os irmãos Kouachi. Em 2020, entretanto, a Justiça estimou que, apesar disso, ele teve um papel essencial na preparação dos ataques e deveria responder pelo crime.

Homenagem às vítimas do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo, em sete de janeiro de 2015, em Paris
Homenagem às vítimas do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo, em sete de janeiro de 2015, em Paris AFP PHOTO / KENZO TRIBOUILLARD

Amar Ramdany, o segundo condenado a entrar com recurso, também será julgado novamente. Ele encontrou Amedy Coulibaly na prisão e teria comprado armas para o amigo e o ajudado a vender um veículo. Por isso, foi condenado a uma pena de 20 anos de prisão.

Desde o início, os dois acusados afirmam que não estavam a par dos projetos de Coulibaly. Durante o processo, Polat repetiu várias vezes que tudo o que fez foi "por dinheiro". Já Ramdani se mostrou "hábil" na argumentação diante do júri, mas ambos não conseguiram convencer a Justiça. Caso o recurso de apelação seja recusado, eles podem ser condenados a penas ainda mais severas de prisão.

Policial em frente ao supermercado em Vincennes, onde Coulibaly matou quatro pessoas
Policial em frente ao supermercado em Vincennes, onde Coulibaly matou quatro pessoas Reuters/Yves Herman

Abdeslam se recusa a participar de julgamento na Bélgica

Em outro processo por terrorismo que começa hoje em Bruxelas, o francês Salah Abdeslam, condenado à prisão perpétua na França pelos atentados de 13 de novembro de 2015, se negou a comparecer ao julgamento pelos atentados de março de 2016 na capital belga, executados pela mesma célula extremista. 

"A maneira como estão nos tratando é injusta", declarou ao presidente do tribunal, antes de abandonar o banco dos réus poucos minutos depois do início da primeira audiência do processo, que vai durar pelo menos oito meses.

O tribunal belga iniciou nesta segunda-feira (12) o julgamento de nove supostos integrantes da célula responsável pelos atentados de 2016, também apontada como responsável pelos ataques de Paris em 2015.

Em 2016, dois integrantes do grupo extremista detonaram cargas explosivas presas aos corpos no principal aeroporto de Bruxelas e um terceiro fez o mesmo em uma estação do metrô da cidade. Os ataques simultâneos deixaram 32 mortos e centenas de feridos. Um décimo suspeito, supostamente morto em combates na Síria, será julgado à revelia.

Este é o maior julgamento organizado com um júri na Bélgica, com 960 demandantes civis representados. O tribunal foi instalado em uma antiga sede da Otan transformada em um complexo judicial de segurança máxima. Depois da audiência preliminar de segunda-feira, o tribunal se reunirá novamente em 10 de outubro para selecionar os 12 membros do júri e 24 possíveis substitutos. As audiências de instrução começarão em 13 de outubro e devem prosseguir até pelo menos junho de 2023.

(Com informações da AFP)

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