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Francisco busca sucessor com visão inclusiva e progressista da Igreja Católica

"A diversidade é necessária e indispensável", disse o papa no sábado (30), na Praça de São Pedro, durante o Novo Consistório, ao ordenar 21 novos cardeais. A RFI entrevistou o cardeal salvadorenho Monsenhor Gregorio Rosa Chávez sobre as consequências dessas nomeações no futuro da  Igreja Católica.

O papa Francisco diante de um dos novos cardeais nomeados, o arcebispo de Bogotá, Luis José Rueda Aparicio. Vaticano, 30 de setembro de 2023.
O papa Francisco diante de um dos novos cardeais nomeados, o arcebispo de Bogotá, Luis José Rueda Aparicio. Vaticano, 30 de setembro de 2023. AP - Riccardo De Luca
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Os cerca de 20 cardeais ordenados por Francisco vêm de quatro continentes: cinco são latino-americanos, três argentinos, um colombiano e um venezuelano. Outro hispânico está na lista, assim como um cardeal da Malásia e outro do Sudão do Sul, países que nunca tiveram um cardeal antes no Vaticano. Há também uma dimensão política nesta ordenação com a inclusão de um cardeal de Hong Kong.

Como resumir a importância dessas nomeações? "Periferia e proximidade ao mesmo tempo", explicou o novo Cardeal Arcebispo de Madri, Dom José Cobo Cano, na sexta-feira (29). "Precisamos aprender a ser funcionais em nossas igrejas, a responder às necessidades dos pobres e às esperanças que chegam às nossas paróquias. Queremos integrá-los. Também precisamos ouvir os migrantes e adaptar nossas comunidades a esses desafios que enfrentamos em cada cidade e povoado", acrescentou Cobo Cano.

Dos atuais 137 cardeais aptos a elegerem um Papa, três em cada quatro foram nomeados pelo Papa Francisco, o que aumenta a possibilidade de que seu sucessor compartilhe sua visão de uma Igreja mais inclusiva e progressista. Nesse contexto, a RFI entrevistou o cardeal salvadorenho Gregorio Rosa Chávez, dos Estados Pontifícios: o papa estaria se preparando para o futuro, especialmente para sua sucessão, com a ordenação desses cardeais alinhados com suas ideias?

Papa progressista

"Acho que estamos caminhando nessa direção; ele está preparando sua sucessão para que essa visão dos mais necessitados não se perca na futura Igreja", respondeu Monsenhor Rosa Chávez. "Essa intenção é evidente na lista de nomes que ele gradualmente elaborou em seus dez anos de pontificado. Estamos claramente indo para onde o mundo deveria estar indo, de acordo com o papa Francisco", diz o cardeal salvadorenho, que completa 80 anos em 2022 e, portanto, não poderá votar no próximo conclave para a sucessão de Francisco.

Com relação à criação desses novos cardeais das periferias, Dom de la Rosa Vega também disse à RFI que a melhor maneira de se resumir isso é "unidade na diversidade" e "preferência pelas periferias".

Nesse contexto, Dom Rosa Vega citou como exemplo a recente viagem de Francisco à França: "O papa só visitou o porto de Marselha por causa dos migrantes. Sua escolha foi clara: apoiar os mais vulneráveis e dar voz aos que não a têm. É uma mensagem corajosa e poderosa, apoiada pelo extraordinário testemunho de Francisco. As periferias estão sendo desprotegidas e oprimidas. O fato do Mediterrâneo ter se tornado o maior cemitério do mundo, como diz o papa, é um drama que afeta profundamente a Europa e a obriga a tomar decisões éticas, e não apenas pragmáticas. O papa tem sido extremamente claro nesse ponto".

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