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Vaticano autoriza oficialmente e pela primeira vez bênção a casais do mesmo sexo

O Vaticano autorizou oficialmente na segunda-feira (18) a bênção de casais do mesmo sexo e “em situação irregular” para a Igreja, mantendo-se firme no entanto, em sua oposição contra o casamento homossexual.

Duas mulheres sob uma bandeira do movimento LGBT, em Guillermo Key, Ciego de Avila, Cuba, em 27 de novembro de 2021.
Duas mulheres sob uma bandeira do movimento LGBT, em Guillermo Key, Ciego de Avila, Cuba, em 27 de novembro de 2021. AFP - YAMIL LAGE
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Esta bênção “nunca será realizada ao mesmo tempo que os ritos civis de união, nem mesmo em conexão com eles”, especifica o documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovado pelo Papa Francisco.

“É possível abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo, de maneira que não seja fixada ritualmente pelas autoridades eclesiásticas, para não criar confusão com a bênção específica do sacramento do matrimônio”, explica o documento publicado em vários idiomas pelo Vaticano.

Esta é a primeira vez que a Igreja abre tão claramente o caminho à bênção dos casais do mesmo sexo, um assunto que cristaliza tensões dentro da Igreja devido à forte oposição de sua ala conservadora, em particular dos Estados Unidos.

Bênção já realizada na Bélgica e na Alemanha

Apesar do não reconhecimento da Santa Sé, a bênção de casais do mesmo sexo já era praticada até agora por alguns padres, principalmente na Bélgica e na Alemanha.

Esta declaração surge seis semanas após o encerramento da Assembleia Geral do Sínodo para o Futuro da Igreja Católica, uma reunião consultiva global durante a qual bispos, mulheres e leigos debateram questões sociais como o acolhimento de pessoas LGBT+ ou pessoas divorciadas e casadas novamente.

No início de outubro, cinco cardeais conservadores pediram publicamente ao Papa Francisco que reafirmasse a doutrina católica sobre os casais homossexuais, mas o documento final do Sínodo deixou esta questão espinhosa de lado.

Em 2021, o Vaticano reafirmou que considera a homossexualidade um “pecado” e confirmou a impossibilidade de casais do mesmo sexo receberem o sacramento do casamento.

Desde a sua eleição em 2013, o jesuíta argentino, que insiste na importância de uma Igreja “aberta a todos”, tem suscitado repetidamente a ira dos conservadores, sobretudo ao restringir o uso da missa tradicional em latim em 2021.

(Com informações da AFP)

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