Vaticano autoriza oficialmente e pela primeira vez bênção a casais do mesmo sexo
O Vaticano autorizou oficialmente na segunda-feira (18) a bênção de casais do mesmo sexo e “em situação irregular” para a Igreja, mantendo-se firme no entanto, em sua oposição contra o casamento homossexual.
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Esta bênção “nunca será realizada ao mesmo tempo que os ritos civis de união, nem mesmo em conexão com eles”, especifica o documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovado pelo Papa Francisco.
“É possível abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo, de maneira que não seja fixada ritualmente pelas autoridades eclesiásticas, para não criar confusão com a bênção específica do sacramento do matrimônio”, explica o documento publicado em vários idiomas pelo Vaticano.
Esta é a primeira vez que a Igreja abre tão claramente o caminho à bênção dos casais do mesmo sexo, um assunto que cristaliza tensões dentro da Igreja devido à forte oposição de sua ala conservadora, em particular dos Estados Unidos.
Bênção já realizada na Bélgica e na Alemanha
Apesar do não reconhecimento da Santa Sé, a bênção de casais do mesmo sexo já era praticada até agora por alguns padres, principalmente na Bélgica e na Alemanha.
Esta declaração surge seis semanas após o encerramento da Assembleia Geral do Sínodo para o Futuro da Igreja Católica, uma reunião consultiva global durante a qual bispos, mulheres e leigos debateram questões sociais como o acolhimento de pessoas LGBT+ ou pessoas divorciadas e casadas novamente.
No início de outubro, cinco cardeais conservadores pediram publicamente ao Papa Francisco que reafirmasse a doutrina católica sobre os casais homossexuais, mas o documento final do Sínodo deixou esta questão espinhosa de lado.
Em 2021, o Vaticano reafirmou que considera a homossexualidade um “pecado” e confirmou a impossibilidade de casais do mesmo sexo receberem o sacramento do casamento.
Desde a sua eleição em 2013, o jesuíta argentino, que insiste na importância de uma Igreja “aberta a todos”, tem suscitado repetidamente a ira dos conservadores, sobretudo ao restringir o uso da missa tradicional em latim em 2021.
(Com informações da AFP)
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