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Imprensa

Aprovação forçada de Reforma da Previdência fragiliza partido de Emmanuel Macron

A aprovação de maneira forçada da reforma da Previdência na Assembleia causa divergências no partido do presidente francês Emmanuel Macron, A República em Marcha (LREM), que chega fragilizado às eleições municipais, segundo análise do Le Figaro.

Edouard Philippe na Assembleia francesa no 25 de fevereiro.
Edouard Philippe na Assembleia francesa no 25 de fevereiro. Ludovic Marin / AFP
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A reforma da Previdência na França foi aprovada sem votação na noite de terça-feira (3) na Assembleia Nacional. O primeiro-ministro francês Édouard Phillipe recorreu a um polêmico artigo da Constituição, o 49-3.

De acordo com o jornal francês, a reforma das aposentadorias deveria ser o texto mais importante do mandato de Macron. Após meses de discussão e de contestações nas ruas e na Assembleia, o governo parece ter apenas um objetivo: o de adotar o projeto de lei e assim "virar a página, e terminar com o assunto o mais rápido possível".

O jornal traz os questionamentos de deputados Socialistas e do LREM, sobre quais foram as causas deste divórcio entre o governo e o povo, já que 70% dos franceses era favorável à reforma há um ano. Os deputados também se perguntam se ainda é possível reconquistar a confiança dos franceses e realizar a reforma em um contexto de paz social.

Para uma fonte do partido de Macron, o recurso ao artigo 49-3 para a aprovação da reforma das aposentadorias deixará marcas e piora a situação dentro do partido do presidente. O grupo se pergunta qual o caminho a seguir para as eleições de 2022. Outra fonte macronista entrevistada pelo jornal diz que "quando chegamos ao poder, em 2017, muitos imaginaram que nossa eleição era o primeiro capítulo de um novo mundo. Agora muitos acham que somos o último capítulo de um velho mundo".

Eleições municipais

O primeiro-ministro Édouard Philippe, que parecia fortalecido por um compromisso com a CFDT, uma das centrais sindicais mais importantes da França, e por estar na frente nas pesquisas como candidato na corrida para a prefeitura de sua cidade, o Havre, sai bastante enfraquecido após a aprovação forçada da reforma. Segundo Le Figaro, foi necessário que militantes de seu partido passassem a noite em sua sede de campanha para proteger o material eleitoral.

Nesse contexto, responsáveis do LREM, citados por Le Figaro, acreditam que talvez as eleições municipais, em 15 de março, ajudem a trazer respostas e a criar uma nova dinâmica. "As eleições não serão uma derrota, e sim um choque elétrico", acredita a fonte entrevistada.

Após quase três anos de criação, a falta de estrutura territorial e ideológica continuam sendo as principais fraquezas do partido de Emmanuel Macron, afirma o jornal. Para alcançar o maior número de eleitores, o partido acaba não agradando ninguém.

As municipais na França abrem um ciclo de eleições determinantes para o futuro das presidenciais de 2022. Para Le Figaro, esta é a ocasião para macronistas fazerem uma autocrítica.

 

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