Acessar o conteúdo principal

Alain Delon lidera fila de celebridades do cinema francês no funeral de Belmondo em Paris

Uma cerimônia íntima para o "Magnífico": os parentes de Jean-Paul Belmondo, morto na segunda-feira (6) em Paris aos 88 anos, e a grande família do cinema francês, encabeçada por Alain Delon, reuniram-se nesta sexta-feira (10) para se despedir do eterno "Bébel", na igreja de Saint-Germain-des- Prés, em Paris.

Alain Delon com seu filho Anthony no funeral de Jean-Paul Belmondo, na igreja de Saint-Germain de Prés, em Paris, em 10 de setembro de 2021.
Alain Delon com seu filho Anthony no funeral de Jean-Paul Belmondo, na igreja de Saint-Germain de Prés, em Paris, em 10 de setembro de 2021. REUTERS - GONZALO FUENTES
Publicidade

A cerimônia reservada aos familiares não foi transmitida pela TV, o que não impediu o público, que compareceu em grande número no lado de fora, de aplaudir o caixão durante quatro minutos ao fim da cerimônia, que durou quase duas horas.

O funeral foi marcado por um comovente discurso de Victor Belmondo, um dos netos do astro, ele próprio ator, e uma ovação de pé por iniciativa do diretor francês Claude Lelouch, segundo informações da televisão francesa. A cremação na intimidade da família aconteceu no final da tarde.

"Bébel", "Bébel" gritava a multidão, com fãs que começaram a chegar a partir das 8h da manhã desta sexta-feira. Os admiradores também aplaudiram de pé no terraço do restaurante Deux-Magots, ao lado da igreja, prova da imensa popularidade do ator, muitas vezes comparado a um "sol".

Ausente durante a homenagem nacional aos Invalides da véspera, o astro Alain Delon, há muito apresentado como rival de "Bébel", mas seu grande amigo na intimidade, apareceu sorrindo, de muleta na mão, na companhia de seu filho Anthony. O último velho leão do cinema francês, de 85 anos, foi calorosamente aplaudido por uma multidão gritando seu nome.

Os atores Jean-Paul Belmondo (à esquerda) e Alain Delon riem durante a inauguração do museu Paul Belmondo, dedicado ao pai do primeiro, em 14 de setembro de 2010 em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris.
Os atores Jean-Paul Belmondo (à esquerda) e Alain Delon riem durante a inauguração do museu Paul Belmondo, dedicado ao pai do primeiro, em 14 de setembro de 2010 em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris. Patrick Kovarik AFP/Archivos

"Um companheiro para toda a vida"

“A presença de Alain Delon é bonita, evita a tristeza total”, disse Rita, presente entre as centenas de pessoas reunidas atrás das barreiras de segurança e para quem Jean-Paul Belmondo foi “toda a sua infância”.

No dia da morte de Belmondo, Delon fez declarações emocionadas. “Estou arrasado, arrasado [...] Vou tentar aguentar. Veja bem, seria bom se fôssemos juntos", disse o astro. "Eu mesmo espero até morrer para não me entediar sozinho. (...) Já tive muitos companheiros de viagem, mas com ele não é a mesma coisa. Ele era um companheiro para toda a vida", declarou Delon.

Outras personalidades francesas, incluindo o diretor Claude Lelouch, o apresentador Michel Drucker, os atores Pierre Richard e Jean Dujardin, as atrizes Béatrice Dalle, Véronique Jannot, o comediante Michel Leeb, Thierry Frémaux, diretor-geral do Festival de Cannes, ou Luis Fernandez, o ex-técnico do PSG, e o boxeador Brahim Asloum, participaram da cerimônia que começou às 11h.

A família do ator, incluindo sua filha Stella, a mais jovem, de 18 anos, e a ex-mulher do ator, Natty Tardivel, uniram-se no luto.

“Sempre vimos seus filmes com a família, ele nos acompanhava”, disseVéronique Lamirel, 62, assistente bancária em Paris que aproveitou a manhã para estar presente em frente à igreja.

“Ele era magnífico, muito gentil, muito bonito, sempre o víamos quando íamos almoçar na cervejaria Lipp, sua morte me tocou”, confidenciou Cynthia Levine, 66, uma californiana que costuma visitar Paris com o marido.

“Para mim ele não foi 'Pierrot le fou' [referência ao filme estrelado por Belmondo e dirigido por Jean-Luc Godard], foi 'Jean-Paul le fou', foi o charme francês”, testemunhou Gérald Schmite, 56 anos, diretor criativo de comunicação na capital francesa.

Uma figura importante da Nouvelle Vague ("Acossado", "Pierrot le fou"), antes de se tornar campeão de bilheteria em comédias de sucesso e filmes de ação como "O profissional"(1981), o ator encantou gerações de franceses ao longo de 60 anos de carreira e cerca de 80 filmes.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.