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França/Síria

França está determinada a punir a Síria por uso de armas químicas, diz premiê

"A França está determinada a punir o uso de armas químicas pelo regime de Bachar al-Assad com uma ação firme e proporcional". Estas foram as palavras do primeiro-ministro francês Jean-Marc Ayrault que, em tom grave, fez uma declaração à imprensa nesta segunda-feira, após uma reunião sobre a Síria com os principais membros do governo. Presidente François Hollande articula uma coalizão internacional. 

Primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, em coletiva de imprensa no Palácio de Matignon nesta segunda-feira, 2 de setembro de 2013.
Primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, em coletiva de imprensa no Palácio de Matignon nesta segunda-feira, 2 de setembro de 2013. Reuters
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Classificando o presidente Bachar al-Assad de ditador, o premiê confirmou que os serviços secretos franceses estabeleceram a responsabilidade do regime sírio no uso de armas químicas no ataque de 21 de agosto, perto de Damasco, que deixaram, no mínimo, 281 mortos, segundo os serviços secretos franceses. Ayrault  declarou que Assad cometeu um ato irreparável contra sua população, um ato que hoje não é mais possível negar e que logo será confirmado pelas Nações Unidas. "Este ato não pode ficar sem resposta", afirmou, completando que a França não vai agir sozinha.

Coalizão

O primeiro-ministro informou que o presidente François Hollande continua seu trabalho de persuasão para reunir, em um curto prazo de tempo, uma coalizão internacional.

Sobre a polêmica questão do voto parlamentar sobre uma intervenção militar, Jean-Marc Ayrault saiu pela tangente:  "Cabe ao presidente da República decidir se vai recorrer ou não a um voto do parlamento, o que não é exigido pela Constituição francesa ", disse Jean-Marc Ayrault.

Na próxima quarta-feira, 4 de setembro, será realizado um debate parlamentar, porém, sem voto na Assembleia Nacional e no Senado. "A decisão final só será tomada pelo presidente Hollande quando a coalizão tiver sido formada", finalizou o primeiro-ministro. Sem dar maiores detalhes, ele disse que o objetivo de uma intervenção não é derrubar o regime sírio.

Provas

Tentando convencer o público da necessidade de uma intervenção, o governo francês publicou nos sites do Palácio do Eliseu, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Defesa uma nota dos seus serviços secretos apontando a responsabilidade do regime de Damasco no ataque com armas químicas.

As denúncias do governo francês se apoiam em cinco elementos recolhidos pelos serviços secretos:

1 - a zona do ataque químico corresponde à linha de demarcação entre as posições dos rebeldes e as das forças pró-Assad. A informação é confirmada pelos satélites-espiões franceses.

2 - As armas utilizadas foram fabricadas industrialmente e não artesanalmente, como são as bombas e granadas feitas pelos rebeldes.

3 - No dia 21 de agosto o ataque foi coordenado por uma parte do exército do estado do regime de Damasco.

4 - As autoridades sírias tentaram apagar os traços do ataque químico bombardeando a zona onde as armas proibidas foram utilizadas.

5 - Ao contrário dos outros ataques, a operação de 21 de agosto se caracteriza como um ataque em massa. Os serviços secretos garantem ter identificado 281 mortos, no mínimo. Estados Unidos apontaram 1.500 mortos; será preciso explicar esta diferença nas análises dos dois países.

Reações

A oposição da direita, principalmente UMP, do partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy, exige que haja um voto sobre uma intervenção militar acrescido da responsabilidade do governo socialista na ação, ou seja, se a iniciativa acontecer e for um fracasso, o governo cai.

Na Europa, Portugal foi o primeiro país a reagir às declarações francesas, manifestando o desejo de que uma eventual intervenção militar seja enquadrada, na medida do possível, por um mandato das Nações Unidas.

Guerra regional

O presidente sírio Bachar al-Assad, já lançou um alerta à França em entrevista ao jornal Le Figaro que estará nas bancas nesta terça-feira: "A França será inimiga da Siria se participar de uma intervenção contra o regime de Damasco. Assad advertiu "que todo mundo perderá o controle da situação quando o barril de pólvora explodir" e previne os ocidentais que um ataque pode inflamar toda a região. "O risco de uma guerra regional existe", afirma Assad.

O Papa Francisco publicou em sua conta Twitter hoje: Nunca mais a guerra!

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