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Ucrânia/crise

Parlamento da Ucrânia reúne-se para discutir crise política no país

O futuro da Ucrânia é discutido nesta terça-feira (28) em Kiev. O Parlamento ucraniano está reunido em sessão extraordinária para tentar superar a crise política iniciada há mais de dois meses. O primeiro-ministro, Mikola Azarov, pediu demissão, na manhã de hoje. Um dos principais líderes da oposição, o boxeador Vitali Klitschko, declarou que a demissão do premiê é um primeiro passo para a vitória dos militantes pró-europeus.

Membros do Parlamento ucraniano reunidos em Kiev.
Membros do Parlamento ucraniano reunidos em Kiev. REUTERS/Gleb Garanich
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Os deputados ucranianos tentam nesta terça-feira (28) encerrar a tensão política no país. Numa tentativa de acalmar os ânimos, o presidente Viktor Yanukovitch fez ontem uma concessão à oposição. Ele aceitou revogar a lei que endureceu as penas contra os manifestantes pró-União Europeia.

Com o objetivo de facilitar uma solução pacífica da crise, Mikola Azarov deixou seu cargo de primeiro-ministro. “Tomei a decisão pessoal de solicitar ao presidente da Ucrânia que aceite a minha demissão do cargo de primeiro-ministro com o objetivo de criar condições para um compromisso político para resolver o conflito pacificamente”, afirmou Azarov num comunicado.

A sessão extraordinária do Parlamento é considerada crucial em um momento em que o governo acenou com a possibilidade de decretar estado de urgência no país. O Parlamento, que é dominado pelo governista Partido das Regiões, vai estudar as concessões feitas pelo presidente ucraniano. Já os manifestantes pró-europeus que criticam o governo de Yanukovitch permanecem nas ruas atrás de barricadas feitas com neve e sacos de lixo.

Repercussão internacional

A crise ucraniana também está no centro de uma reunião de cúpula hoje em Bruxelas que reúne a União Europeia e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, principal aliado de Yanukovitch. Na ocasião, Putin discute a situação na Ucrânia com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton que, em seguida, viaja para Kiev para uma missão de 48 horas. Desde ontem, o comissário europeu da Política de Ampliação, Stefan Füle, está no país.

Os Estados Unidos também se preocupam com a crise política ucraniana. Ontem, o vice-presidente americano, Joe Biden, telefonou para Yanukovitch. Na conversa, ele argumentou que “decretar estado de urgência ou tomar qualquer outra medida de segurança rígida só pioraria a situação e reduziria o espaço para uma solução pacífica”.

UE x Rússia

A revolta popular contra o governo começou após a decisão do governo ucraniano de não assinar um acordo de livre-comércio com a União Europeia. Em novembro passado, as autoridades ucranianas preferiram uma aliança econômica com a Rússia. Mas, para uma grande parte da população que esperava uma aproximação com a Europa, a atitude de Yanukovitch foi vista como uma traição.

Ao longo das semanas, os manifestantes passaram a exigir não apenas a assinatura do acordo com o bloco europeu, mas, também, a demissão do presidente ucraniano e a antecipação das eleições.

No sábado passado, Yanukovitch propôs à oposição o cargo de primeiro-ministro. No entanto Arseni Iatséniouk, líder do partido Pátria, recusou a proposta. O partido é o mesmo da a ex-primeira ministra ucraniana Iúlia Timochenko que permanece presa. O ex-campeão de boxe Vitali Klitschko, que também é contrário ao governo, recusou o posto de vice-primeiro-ministro. Na sua avaliação, participar do governo atualmente no poder não “faz nenhum sentido”.

 

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