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Economia/Petróleo

OPEP sugere que especulação provoca queda no preço de petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estimou neste domingo (14) que o estado atual do mercado petrolífero não justifica a queda brutal do preço do barril verificada nos últimos meses. O cartel aponta a especulação como um "fator provável" pela atual cotação do produto, que perdeu quase a metade de seu valor nos últimos seis meses.

Um poço de petróleo no Golfo do México.
Um poço de petróleo no Golfo do México. AFP/Alfredo Estrella
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O secretário-geral da OPEP, Abdallah al-Badri, declarou em Dubai que a oferta e a demanda registraram uma ligeira alta que não justificaria a redução de quase  50% do preço do barril desde meados de junho.

"Nós queremos saber os motivos concretos que levaram a tal queda na cotação do petróleo bruto", afirmou diante de jornalistas que questionaram os motivos da queda do preço do petróleo, cujo barril foi cotado a US$ 60, o valor mais baixo em mais de cinco anos.

Segundo al-Badri, se essa queda continuar, significa que a "especulação contribui fortemente para forçar a queda do preço". O secretário-geral da OPEP lembrou que o limite de produção do cartel não mudou há 10 anos e se mantém a 30 milhões de barril diários.

No entanto, ele assinalou que os países não membros do cartel aumentaram em mais seis milhões de barris por dia sua oferta no mercado, o que teria contribuído para a queda verificada atualmente.

O secretário-geral da OPEP falou à margem de uma conferência intitulada "Forum Estratégico Árabe", que acontece nos Emirados Árabes Unidos. Segundo o dirigente, o petróleo de xisto, cuja produção aumentou nos Estados Unidos e no Canadá e atinge 3 milhões de barris por dia, teria um "impacto" sobre o mercado. Mas o custo de produção é elevado, em torno de US$ 70 o barril, explicou al-Badri.

Quedas sucessivas no preço do barril

A grande oferta de petróleo no mercado, em meio a uma desaceleração da economia em diversos países, provoca uma queda dos preços. Na sexta-feira, o barril voltou a perder valor e chegou a ser cotado em Nova York abaixo de US$ 58, menor valor em cinco anos e meio. Desde meados de junho, o preço do barril perdeu 46% de seu valor.

Diante dessa situação, as bolsas de valores do Golfo Pérsico continuam a registrar quedas, devido a forte dependência econômica das monarquias, em alguns casos até 90%, do chamado ouro negro.

A Bolsa de Dubai, por exemplo, perdeu 7,6% em relação ao seu nível de fechamento de 2013, pela primeira vez este ano. Na última reunião da OPEP em Viena, no final de novembro, o cartel manteve seu nível de produção, apesar da grande oferta no mercado, por pressão das monarquias do Golfo.

Segundo analistas, as quatro monarquias do Golfo (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar e Koweit), membros do cartel e que contribuem com 52% da produção, buscam manter uma pressão sobre os produtores de xisto e defender sua parte no mercado.

Abdallah al-Badri garantiu que as monarquias do Golfo não seria afetadas pela queda brutal do petróleo. "Elas não estão em perigo", insistiu. As monarquias criaram reservas financeiras avaliadas em US$ 2,450 trilhões graças aos recursos petrolíferos.
 

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