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África do Sul/ Julgamento

Ex diz que Pistorius já atirou para o alto após discussão com policial

Uma ex-namorada do atleta Oscar Pistorius relatou em depoimento nesta sexta-feira, quinto dia do julgamento do campeão paralímpico por assassinato, que ele uma vez atirou para o alto depois de uma discussão com um policial. Na ocasião, o sul-africano disparou de dentro de um veículo com teto solar, que estava aberto.

Oscar Pistorius chega ao quinto dia de julgamento, na Alta Corte de Pretória.
Oscar Pistorius chega ao quinto dia de julgamento, na Alta Corte de Pretória. REUTERS/Siphiwe Sibeko
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Samantha Taylor declarou que ela estava com Pistorius em um carro conduzido por um amigo do casal, quando o motorista foi parado pela polícia por excesso de velocidade. “Os policiais fizeram com que Oscar e Darren (motorista) saíssem do carro. Oscar deixou sua arma no banco do passageiro", testemunhou.

Ao ver a arma, o agente a pegou para vistoriar. “Oscar estava com muita raiva, e disse ao policial que ele não tinha o direito de tocar em sua arma”, relatou a ex. Quando os jovens foram liberados para partir, os dois amigos falaram em atirar em um semáforo para relaxar, mas Oscar acabou optando por um disparo para o alto.

“Ele atirou pelo teto solar do carro. Darren e Oscar riam”, acrescentou Taylor. A moça também foi interrogada pelo procurador sobre um ponto crucial no caso, se a voz de Pistorius poderia ser confundida com a de uma mulher, quando ele estava com raiva ou nervoso.

“Eu vi Oscar muito nervoso. Eu o ouvi gritar muitas vezes comigo, era o som de uma voz masculina”, afirmou a jovem. Questionada diversas vezes, ela garantiu que a voz de Pistorius não poderia ser confundida com a de uma mulher.

Durante os testemunhos nos dois dias anteriores, o advogado de Pistorius sustentou que os gritos ouvidos pelos vizinhos durante a madrugada em que Pistorius matou sua então namorada, Reeva Steenkamp, eram do próprio acusado, cuja voz fica muito aguda com a emoção.

“Está tudo bem”

Também na sessão desta sexta, em Pretória, um segurança que trabalhava no condomínio onde o campeão paralímpico morava contou que Oscar garantiu que “tudo estava bem”, logo após ter matado Steenkamp, na madrugada do Dia dos Namorados de 2013 – comemorado em 14 de fevereiro no país.

“Falei ao telefone com Pistorius e ele me disse ‘segurança, está tudo bem’”, declarou Pieter Baba. “Percebi que ele estava chorando”, relatou o funcionário, chamado ao local por vizinhos que haviam ouvido tiros. “Pouco depois, Pistorius me ligou de novo e voltou a chorar. Talvez ele não tenha percebido que estava me ligando”, comentou.

Ao chegar na casa do atleta, Baba viu-o carregando o corpo da vítima. “Eu olhei para ele e fiquei chocado por ele ter me dito que tudo estava bem, enquanto o via carregar Reeva.”

O atleta paralímpico insiste que matou a namorada por engano, por achar que estava atirando contra um ladrão escondido no banheiro. Na segunda-feira, no início do julgamento, Pistorius se declarou “inocente” do assassinato, uma acusação que pode resultar em uma pena de 25 anos de prisão. O veredicto é aguardado para até 20 de março.
 

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