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Hollande visita porta-aviões que ataca EI no Mediterrâneo

O presidente François Hollande efetuou, no início da tarde desta sexta-feira (4), uma visita surpresa ao porta-aviões Charles-de-Gaulle, enviado ao Mediterrâneo oriental para lançar ataques contra o grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Esta é a primeira vez que um chefe do Estado francês visita o equipamento em uma zona de guerra, distante do estaleiro de Toulon, onde ele fica ancorado em tempos de paz.

Hollande desembarca no porta-aviões Charles de Gaulle, no Mediterrâneo Oriental
Hollande desembarca no porta-aviões Charles de Gaulle, no Mediterrâneo Oriental REUTERS/Philippe de Poulpiquet/Pool
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Hollande viajou acompanhado do ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, e do chefe do estado-maior das armas, Pierre de Villiers, e deve encontrar pilotos de caças e técnicos que trabalham no porta-aviões. Depois, ele deve fazer um pronunciamento às cerca de 2 mil pessoas que trabalham no Charles-de-Gaulle. Por conta dos protocolos de segurança, a visita do presidente foi mantida em segredo até o momento de sua saída de Paris. Ainda nesta manhã, Hollande fez um discurso na prefeitura da capital, durante uma cúpula de administradores locais à margem da COP 21, a Conferência da ONU sobre o Clima.

O porta-aviões, em serviço desde maio de 2001, navega atualmente em uma região entre o sul da Turquia e o norte do Egito. Seu envio para a zona de guerra, cinco dias depois dos atentados que causaram 130 mortes em Paris, triplicou a capacidade francesa de atacar o Daesh (sigla árabe para a organização jihadista), de acordo com as forças armadas francesas. De acordo com uma fonte da equipe que acompanhou o presidente, o Charles-de-Gaulle é "ao mesmo tempo um equipamento militar, diplomático e político, uma ferramenta do poder e da soberania do chefe do Estado".

Coalizão ampla

Desde os atentados, François Hollande tem se dedicado à formação de uma ampla coalizão militar para enfrentar os jihadistas na Síria e no Iraque. Na semana passada, ele teve, entre outras, reuniões com os premiês David Cameron (Grã-Bretanha), Angela Merkel (Alemanha) e Matteo Renzi (Itália); além dos presidentes americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin. Essas reuniões não foram suficientes para transpor certas diferenças de abordagem sobre a condução da guerra - principalmente no que tange o destino do presidente sírio Bashar al-Assad -, mas serviram para ampliar o envolvimento de algumas partes.

Hollande comemorou os primeiros ataques britânicos contra posições do EI na Síria, autorizados pelo Parlamento de Westminster na noite de quarta-feira, bem como a decisão do Parlamento alemão de liberar a participação de 1,2 mil militares nas operações internacionais contra a ogranização terrorista. Os problemas ainda continuam em relação às fortes divergências entre Putin, aliado de Assad, dos xiitas iranianos e do movimento libanês Hezbollah, e Obama, que exige a saída do presidente sírio como condição para a participação em uma coalizão.

Tensões

Esse cenário complicou-se mais ainda quando a Turquia, membro da Otan e aliado estratégico da União Europeia no combate à crise migratória, derrubou um caça russo na fronteira com a Síria. O ataque enfureceu o Kremlin, que acusou Ancara de comprar o petróleo traficado pelo Daesh, determinou a obrigatoriedade de visto para que os turcos visitem a Rússia, suspendeu parte da parceria energética e impôs sanções contra as frutas e legumes turcos.

Apesar das tensões que ameaçam afundar a coalizão defendida por François Hollande, nesta sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, sinalizou que Washington estaria disposta a flexibilizar sua posição em relação a Bashar al-Assad. Em visita à Grécia, Kerry afirmou que talvez fosse possível conseguir reunir forças governamentais sírias e rebeldes para lutar contra o grupo Estado Islâmico, mas insistiui que seria "extremamente difícil" estabelecer uma cooperação deste tipo sem discutir o futuro da Síria no pós-Guerra.

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