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Irã/Estados Unidos

Irã rejeita qualquer negociação com EUA enquanto houver sanções

O presidente iraniano Hassan Rohani declarou nesta quarta-feira (25) em seu discurso na Assembleia Geral da ONU que o Irã não vai negociar com os Estados Unidos enquanto o país impuser sanções contra Teerã. A declaração põe fim ao suspense de um eventual e histórico encontro entre Rohani e o presidente americano Donald Trump, às margens da Assembleia das Nações Unidas em Nova York.

O presidente do Irã Hassan Rohani discursou na Assembleia Geral da ONU nesta quarta-feira, 25 de setembro de 2019.
O presidente do Irã Hassan Rohani discursou na Assembleia Geral da ONU nesta quarta-feira, 25 de setembro de 2019. Reuters
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"Em nome da minha nação, gostaria de anunciar que, enquanto houver sanções, nossa resposta é negativa a qualquer negociação ", afirmou Rohani na tribuna da ONU. Aos europeus que pedem o encontro entre ele e Donald Trump, o presidente iraniano respondeu: "As fotos de família são a última etapa de uma negociação, não a primeira".

“Ao invés de propor um simulacro de discussões, vocês poderiam fazer propostas efetivas” lançou Rohani aos americanos no mesmo dia em que

Washington fortaleceu as sanções contra o Irã. Os Estados Unidos afastaram ainda mais uma possível saída para a crise ao reforçar hoje a pressão econômica contra empresas chinesas “acusadas de transportar petróleo iraniano e de violar o embargo americano”.

Não acredito na sinceridade de diálogo dos americanos”, ressaltou o líder iraniano. Ele voltou a pedir que os Estados Unidos respeitem o acordo internacional sobre o nuclear iraniano, assinado em 2015. Donald Trump abandonou unilateralmente o tratado em 2018 e voltou a impor sanções contra o país.

Expectativa

A expectativa com o discurso de Rohani era grande. Ele aconteceu após dois dias de intensas tentativas diplomáticas em Nova York visando diminuir a tensão entre Washington e Teerã. O presidente da França, Emmanuel Macron, foi um dos que declarou que a Assembleia Geral da ONU era uma "oportunidade" que não deveria ser perdida pelos líderes americano e iraniano.

A crise entre os dois países começou a se agravar desde que os Estados Unidos se retiraram do pacto nuclear, mas ela se exacerbou após os ataques contra instalações petrolíferas sauditas. Washington e Riad responsabilizaram o Irã pelos bombardeios com drones que danificaram refinarias na Arábia Saudita em 14 de setembro. Teerã nega qualquer participação no ataque.

O presidente iraniano exigiu ainda em seu discurso na ONU que Riad encerre sua ofensiva no Iêmen. "A segurança da Arábia Saudita será garantida com o término da ofensiva", disse ele. Os rebeldes xiitas houthis, que combatem a coalizão militar liderada pelos sauditas no Iêmen, reivindicaram os ataques contra as instalações petrolíferas.

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