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Covid-19: China tem maior número de casos em seis meses e novos lockdowns

A China comunicou nesta segunda-feira (7), 5.500 novos casos positivos de Covid-19 em 24 horas, o maior número em seis meses, apesar dos confinamentos que afetam a indústria, as escolas e a vida cotidiana. Uma das consequências diretas é que consumidores do modelo iPhone 14, da Apple, terão que esperar mais para receber seus equipamentos, já que a maior fabricante do mundo desses aparelhos fica em uma área fortemente afetada pela epidemia.

A luta contra o coronavírus continua na China. De acordo com o banco Nomura, 207 milhões de chineses continuam passando por medidas de contenção em graus variados. Apesar da censura e da propaganda,  está cada vez mais difícil reprimir protestos contra a política Zero Covid.
A luta contra o coronavírus continua na China. De acordo com o banco Nomura, 207 milhões de chineses continuam passando por medidas de contenção em graus variados. Apesar da censura e da propaganda, está cada vez mais difícil reprimir protestos contra a política Zero Covid. REUTERS - THOMAS PETER
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Quase metade dos novos casos de Covid-19 na China foram identificados na província de Guangdong, um centro de manufatura no sul do país com vários portos comerciais.

Em Pequim, foram detectados quase 60 novos contágios, o que provocou o fechamento de escolas no distrito de Chaoyang. Algumas empresas também pediram aos funcionários que retornassem ao home office.

Diante das novas contaminações, as autoridades sanitárias acabaram com as esperanças de um relaxamento da política Covid zero aplicada por Pequim, reforçando que ela continuará a ser aplicada apesar do cansaço dos habitantes com os testes e os lockdowns. No sábado (5), a Comissão Nacional de Saúde da China anunciou oficialmente a manutenção da política.

A estratégia consiste em fechar bairros ou cidades inteiras desde a aparição de um caso e realizar testes massivos, colocar em quarentena pessoas que têm um teste positivo e viajantes que chegam do exterior. Vários incidentes, no entanto, diminuem o apoio da opinião pública chinesa à estratégia.

Estas restrições são acompanhadas, muitas vezes, de um acesso mais difícil à comida e à saúde. Uma onda de crises ligadas aos confinamentos, com moradores reclamando de condições inadequadas na quarentena, falta de alimentos e atrasos no atendimento médico, abalaram a confiança da população nas medidas.

Produção de iPhones é afetada

Boa parte dos casos se concentra na província de Zhengzhou, onde está localizada a maior fábrica de iPhones do mundo, o que levou a Apple a advertir, no domingo (6) que a produção foi "impactada temporariamente" e que os clientes deverão enfrentar atrasos na entrega dos pedidos.

"As restrições pela Covid-19 afetaram temporariamente as principais instalações de fabricação do iPhone 14 Pro e iPhone 14 Pro Max em Zhengzhou, China", informou a Apple, com sede na Califórnia, em nota divulgada no domingo. "Os clientes terão que esperar mais para receber seus novos produtos", acrescentou a Apple. "Como fizemos desde o início da pandemia, estamos priorizando a saúde e a segurança dos trabalhadores em nossa cadeia de suprimentos", conclui a nota.

A americana Apple depende muito da China, onde fabrica mais de 90% de seus produtos. O país também é um dos seus mercados mais importantes.

O grupo de tecnologia taiwanês Foxconn, que administra a fábrica de iPhones em Zhengzhou, revisou para baixo seu lucro trimestral devido ao novo confinamento. Na última semana, os trabalhadores abandonaram o local em pânico após relatos de más condições na fábrica, que emprega centenas de milhares de pessoas. As autoridades locais fecharam a área ao redor da usina na quarta-feira, após relatos de falta de cuidados médicos adequados na instalação.

Com mais de um milhão de pessoas trabalhando em suas cerca de 30 fábricas e instalações de pesquisa no país, a Foxconn é a maior empregadora do setor privado na China. "Em uma situação normal, quase toda a produção do iPhones ocorre em Zhengzhou", disse Ivan Lam, analista da empresa especializada Counterpoint, à AFP. A Foxconn afirmou que "está trabalhando com o governo em um esforço conjunto para erradicar a pandemia e retomar a produção em plena capacidade o mais rápido possível".

Devido às restrições sanitárias e à ameaça de recessão mundial, as exportações da China registraram baixa em outubro pela primeira vez desde 2020, de acordo com informações do serviço alfandegário chinês, publicadas nesta segunda-feira.

Hong Kong anuncia relaxamento de medidas anti-Covid  

Enquanto as contaminações crescem na China continental, o governo de Hong Kong anunciou, nesta segunda-feira, um relaxamento das medidas de controle da Covid-19 para turistas estrangeiros que viajam em grupos. A partir de agora, eles poderão visitar parques temáticos e museus.

Essas medidas devem entrar em vigor em novembro, mas as autoridades não especificaram uma data. “Estas disposições irão facilitar a recuperação do mercado de viagens e turismo de forma ordenada e criar um ambiente de negócios mais favorável", aposta o governo.

O protocolo de saúde de Hong Kong, inicialmente muito severo, vem diminuindo há meses. A quarentena obrigatória em hotéis foi levantada em 26 de setembro para os visitantes que chegam do exterior. No entanto, um teste antigênico permanece obrigatório antes da partida para Hong Kong, depois um teste de PCR na chegada e três dias de observação médica, período em que o acesso a restaurantes, bares ou clubes esportivos é proibido.

(Com informações da AFP)

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