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No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, ONU revela que 70% dos jornalistas que cobrem o clima são ameaçados

Mais de 70% dos jornalistas de 129 países que cobrem questões ambientais dizem ter sido vítimas de ameaças, pressões ou ataques, alerta a Unesco em uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (3) para celebrar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. A pressão política sobre a imprensa cresce em todo o mundo, onde ocorrerão diversas eleições, adverte a Repórteres sem Fronteiras (RSF) em seu ranking de 2024.

"Pela independência da mídia", diz o cartaz, durante uma reunião da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) em apoio ao Journal du Dimanche (JDD) em 27 de junho de 2023 para protestar contra a nomeação de um novo editor com ligações com a extrema direita, sublinhando a mudança para a direita da mídia e da política da França.
"Pela independência da mídia", diz o cartaz, durante uma reunião da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) em apoio ao Journal du Dimanche (JDD) em 27 de junho de 2023 para protestar contra a nomeação de um novo editor com ligações com a extrema direita, sublinhando a mudança para a direita da mídia e da política da França. © AFP - CHRISTOPHE ARCHAMBAULT
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Em geral, as condições para a prática do jornalismo são ruins em três quartos dos países do mundo. Em particular, a ONG Repórteres sem Fronteira (RSF) condena a "manifesta falta de vontade política por parte da comunidade internacional para fazer valer os princípios de proteção aos jornalistas" em Gaza.

Mais de 100 repórteres palestinos foram mortos pelo exército israelense, incluindo pelo menos 22 no cumprimento do dever, de acordo com a RSF. A Unesco publicou também nesta sexta-feira uma pesquisa revelando que 70% dos jornalistas que tratam de temas ambientais em 129 países indicaram sofrer ameaças, pressões, assédio e ataques. 

De modo mais amplo, esta edição de 2024 destaca a menor proteção oferecida ao jornalismo pelos governos, se não seu papel ativo na desinformação.

Ameaças à imprensa no "maior ano eleitoral da história mundial"

A Repórteres sem Fronteiras aponta para "uma deterioração preocupante no apoio e no respeito à autonomia da mídia", em um momento em que "2024 é o maior ano eleitoral da história mundial".

Quase metade da população mundial é afetada por pelo menos uma eleição, da Índia aos Estados Unidos e às eleições europeias, o que pressagia novas "pressões muito fortes".

Na Argentina (66º lugar, 26 posições abaixo), o novo presidente ultraliberal Javier Milei anunciou, em março, que estava fechando a agência de imprensa pública Télam, que ele acusou de "propaganda". "A situação é particularmente preocupante" nesse país dirigido por um dos "supostos predadores da liberdade de imprensa no mundo", adverte a ONG.

A inteligência artificial também foi adicionada ao arsenal de desinformação. Um exemplo disso é o áudio deepfake da jornalista Monika Todova na Eslováquia (29º lugar, 12 posições abaixo) antes das eleições parlamentares no outono passado. O conteúdo "claramente beneficiou a desinformação pró-russa que é abundante no país", de acordo com a RSF.

Em outros lugares da Europa, a liberdade de imprensa está sendo "testada pelas maiorias no poder na Hungria, Malta e Grécia".

(Com AFP)

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