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Brasil/Argentina

Serra usa porta dos fundos para fugir de protestos na Argentina

Na primeira viagem internacional do governo interino de Michel Temer, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, José Serra, precisou entrar pela porta dos fundos do Palácio San Martin, sede da Chancelaria de Buenos Aires, para a sua reunião com a chefe da diplomacia argentina, Susana Malcorra, nesta segunda-feira (23). A medida foi tomada para evitar o encontro com manifestantes que protestavam diante do prédio.

Manifestantes se reuniram diante da Chancelaria argentina, em protesto contra José Serra.
Manifestantes se reuniram diante da Chancelaria argentina, em protesto contra José Serra. Márcio Resende
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Correspondente da RFI em Buenos Aires

Cerca de 300 manifestantes brasileiros e do grupo militante de esquerda La Cámpora, criada pelo kirchnerismo, cercaram o ministério das Relações Exteriores da Argentina. Para os opositores, o fato de Serra entrar às escondidas na Chancelaria é uma exata analogia para um governo interino que consideram ilegítimo.

"Governo golpista tem de entrar como rato pelos fundos", compara o estudante de Matheus Alves, de 20 anos, que fazia parte do protesto.

As manifestações vem dificultando a mobilização do chanceler para cumprir a sua agenda na capital argentina. Na noite de domingo (22), quando chegou a Buenos Aires, a comitiva precisou entrar pela garagem da Embaixada brasileira, que se conecta internamente com a residência do embaixador, Everton Vargas, onde Serra se hospedou. Enquanto isso, outros carros entravam pela porta principal da residência para despistar os manifestantes, aos gritos de "golpista" e de "covarde".

Nesta segunda-feira, o chanceler não se deslocou até o ministério da Economia para se reunir com o ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, como previsto. O ministro argentino teve que ir até Serra na Chancelaria para evitar a exposição do brasileiro às manifestações.

"Protestamos contra esse governo interino que não reconhecemos. Acreditamos que o processo de impeachment está sendo conduzido de maneira ilegal no Brasil. Também repudiamos o apoio do governo argentino a este governo golpista de Temer", explicou à RFI Brasil o brasileiro João Munhoz de 29 anos.

Saída discreta

Serra também deixou o Palácio San Martin com uma estratégia para despistar os opositores. Enquanto automóveis de diplomatas deixavam o palácio pelas portas dos fundos ,escoltados pela Polícia, o chanceler saiu andando por uma porta lateral até um carro, discretamente.

Os manifestantes tentaram bloquear a passagem da falsa comitiva aos gritos de "golpistas e fascistas, não passarão", "Serra e Macri, a mesma merda". Mas as palavras de ordem mais ouvidas eram "golpista imundo, só sai pelos fundos".

A agenda oficial do ministro brasileiro em Buenos Aires termian com um encontro, na Casa Rosada, com o presidente Maurício Macri, com quem disse "compartilhar referências semelhantes em política e em economia".

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