Acessar o conteúdo principal
Rio2016

Saiba quais foram as cerimônias de abertura olímpica mais caras da história

Além dos bilhões gastos para as estruturas dos Jogos Olímpicos, as cerimônias de abertura costumam ser responsáveis por um inchaço ainda maior no orçamento de quem se dispõe a organizar o evento. As últimas três olímpiadas tiveram as festas mais caras da história, mas Londres 2012 marcou o início de um declínio. Embora o custo da celebração carioca ainda seja um mistério, os organizadores garantem que seguirá essa tendência de redução.

Cerimônia de Pequim em 2008 custou quase R$ 300 milhões.
Cerimônia de Pequim em 2008 custou quase R$ 300 milhões. Wikipedia
Publicidade

Segundo um levantamento feito pelo canal de TV francês BFM, os jogos de Atenas, em 2004, Pequim, em 2008, e Londres marcaram as três cerimônias mais caras já vistas, com valores de R$ 143 milhões, R$ 295 milhões e R$ 122 milhões, respectivamente. A organização dos jogos do Rio afirma que a cerimônia que ocorrerá nesta sexta-feira (5), no estádio Maracanã, terá um custo ainda menor que a de Londres, refletindo a crise econômica vivida pelo Brasil.

Mas ninguém fala em números oficialmente. O jornal O Globo, no entanto, diz que a festa não sairá por menos de R$ 200 milhões, o que colocaria o Brasil em segundo lugar no ranking, perdendo apenas para a faraônica festa chinesa.

O investimento pesado das cidades nas cerimônias de abertura se explica pela visibilidade: muita gente que não se interessa por esporte e não pretende acompanhar as competições faz questão de, mesmo assim, assistir à festa, que envolve diversos tipos de arte.

A abertura dos jogos de Pequim, por exemplo, atingiu a marca de 2 bilhões de espectadores, em um momento histórico crucial para a China celebrar seu poderoso crescimento econômico do final da década passada.

Também tem se tornado tradição confiar a direção do espetáculo a grandes nomes dos espetáculos. Londres ficou a cargo do celebrado cineasta Danny Boyle, autor de sucessos do cinema, como “Trainspotting” e “Quem Quer Ser Um Milionário?”.

Os organizadores dos Jogos no Brasil foram pela mesma linha e escolheram um cineasta não apenas consagrado, mas também identificado com o país, o diretor Fernando Meirelles, autor de “Cidade de Deus” e “O Jardineiro Fiel”.

Coube a Meirelles desmentir uma das principais polêmicas envolvendo a cerimônia deste ano. Baseado em depoimentos de voluntários que participaram dos ensaios da festa, a imprensa antecipou que o roteiro previa uma cena em que a modelo Giselle Bündchen seria vítima de um assalto e, em seguida, se tornaria amiga do ladrão.

A repercussão negativa foi imediata nas redes sociais, com acusações de que o roteiro romantizaria diante dos olhos do mundo a criminalidade urbana, uma das principais mazelas do país. “Nunca houve assalto”, defendeu-se Meirelles, no Twitter, mas deixou uma dúvida no ar ao criticar o “spoiler” dos figurantes e da imprensa: “De qualquer maneira, contar uns segredos foi um golpe na cerimônia”.

A história das cidades-sede costuma ser um assunto recorrente nas cerimônias de abertura, especialmente no caso das últimas três olimpíadas, realizadas no berço de culturas bastante influentes há séculos.

Pequim fez questão de percorrer 5.000 anos da civilização chinesa, através da atuação de 15.000 figurantes que atuaram no Estádio Nacional de Pequim, conhecido como Ninho de Pássaro. Atenas, quatro anos antes, também celebrou a história, com destaque para a mitologia e civilização gregas, mas com orçamento e equipe mais modestas, apenas 5.000 pessoas no gramado.

Já Londres 2012 trouxe referências mais contemporâneas, como James Bond, e músicas de movimentos culturais do século 20 dos quais os britânicos foram protagonistas, como o punk e o rock, mas sem deixar de lado a tradição real. Foram 10.000 figurantes mobilizados.

O roteiro da cerimônia brasileira ainda está carregado de mistério, como provam os twitts ambíguos de Fernando Meirelles, que divide a tarefa com Daniela Thomas e Andrucha Waddington. Não devem faltar referências à diversidade cultural e ambiental do Brasil, além, claro, dos obrigatórios momentos do desfile das delegações e acendimento da pira olímpica. No palco, estarão nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Marcelo D2, Anitta e Ludmilla.

Preços dos ingressos

O valor dos ingressos, em geral alto, pode compensar uma boa parte dos custos da cerimônia. Os campeões neste quesito lucratividade teriam sido os Jogos de Sydney, na Austrália, em 2000, onde as entradas chegavam a R$ 4 mil e foram vendidos 99% dos lugares disponíveis.

Pequim conseguiu resgatar R$ 153 milhões dos R$ 295 milhões gastos com a cerimônia graças à venda de ingressos. Mesmo assim, ofereceu preços acessíveis que começavam em R$ 80 – chegando até R$ 2.400.

No Rio, mesmo na véspera da abertura, ainda há ingressos disponíveis, e eles variam entre R$ 200 e R$ 4.600. Até agora, já foram arrecadados mais de R$ 1 bilhão com vendas de ingressos para os jogos, mas ainda restam cerca de 1 milhão de entradas para diversas modalidades.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.