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MPF denuncia 21 pessoas pelo rompimento da barragem de Mariana

O Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais denunciou 21 pessoas e quatro empresas nesta quinta-feira (20) pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), no ano passado.

Bento Rodrigues  alguns dias após rompimento da barragem
Bento Rodrigues alguns dias após rompimento da barragem Rogério Alves/TV Senado
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O incidente, que aconteceu em 5 de novembro, foi o maior desastre ambiental do Brasil, provocando a destruição total do distrito de Bento Rodrigues e deixando 19 mortos, além de gerar um mar de lama, que invadiu o rio Doce e chegou ao litoral do Espírito Santo.

Foram imputados aos denunciados os crimes de homicídio, lesão corporal grave, inundação e desmoronamento, além de poluição qualificada e crimes contra a fauna e flora.

Os procuradores consideraram as conclusões apresentadas pelas investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil de Minas.

"Ganância desmedida das empresas"

Entre os nomes denunciados estão o presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi, 11 integrantes do conselho de administração da mineradora e cinco representantes da Vale e da BHP Billiton - donas da Samarco.

Os procuradores José Adércio Sampaio e Eduardo Santos Oliveira afirmaram que a "ganância desmedida das empresas por lucro foi o que levou aos homicídios", apontando que já haviam sido identificados problemas estruturais na barragem do Fundão nos anos 2009, 2011 e 2012.

O procurador Jorge Munhós ressaltou que a tragédia só ocorreu em função da "omissão criminosa por parte dos denunciados".

Vale emite nota de repúdio

Em nota, a Vale informou que "repudia veementemente" a denúncia apresentada pelo MPF, que teria "optado por desprezar as inúmeras provas apresentadas e a razoabilidade".

"Os depoimentos prestados em quase um ano de investigação evidenciaram a inexistência de qualquer conhecimento prévio de riscos reais à barragem do Fundão pela Vale, por seus executivos e empregados", informa o texto. "O MPF tenta, injustamente e a todo custo, atribuir-lhes alguma forma de responsabilidade incabível", continua a nota.

Segundo a empresa, os funcionários da Vale mencionados na denúncia do MPF "jamais foram informados pela Samarco sobre quaisquer irregularidades que representassem riscos reais e/ou não tratados à barragem".

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