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Demissão/Armênia

Capital armênia comemora demissão de ex-primeiro-ministro

O primeiro-ministro armênio, Serzh Sarkisian, apresentou nesta segunda-feira (23) sua renúncia, cedendo aos manifestantes que há 11 dias pediam seu afastamento nas ruas de Erevan, informou a Armenpress, a agência de notícias oficial da ex-república soviética.

Armênios nas ruas de Erevan para pedir saída de primeiro-ministro que foi presidente por dez anos.
Armênios nas ruas de Erevan para pedir saída de primeiro-ministro que foi presidente por dez anos. REUTERS/Vahram Baghdasaryan/Photolure
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Com informações do enviado especial da RFI a Erevan, Régis Genté

Segundo o jornalista da RFI, o clima é de euforia em Erevan. Ele conta que levou mais de duas horas para chegar ao centro da cidade.

Todos os bairros estavam bloqueados pela população. As ruas estavam fechadas e o clima de vitória estava no ar, horas antes da demissão de Serge Sarkissian. Presidente durante dez anos, a oposição o acusou de não querer largar o poder, tendo inclusive se feito nomear primeiro-ministro com poderes reforçados.

O deputado Nikol Pachinian, líder dos protestos detido na véspera durante uma manifestação, foi libertado horas antes, de acordo com as imagens de uma tv local.

"Deixo o cargo", declarou Serzh Sarkisian, citado pela fonte. "Nikol Pachinian tinha razão. E eu me equivoquei", acrescentou o ex-presidente e ex-primeiro-ministro.

A crise política sacode a Armênia há onze dias e se agravou no domingo (22) com a manifestação de milhares de pessoas na capital após a prisão de Pachinian, e de outras centenas de manifestantes. A praça da República, no centro da capital, onde se encontra a sede do governo armênio, ficou lotada na noite do domingo, com milhares de pessoas protestando contra Sarkissian.

Ex-jornalista e opositor de longa data

Pachinian tinha participado antes de ser preso de um encontro televisionado com Serge Sarkissian em um hotel da capital armênia, que foi interrompido rapidamente após trocas acaloradas entre ambos.

"Vim falar de sua renúncia", lançou Nikol Pachinian ao seu interlocutor ante as câmeras.

Pachinian, de 42 anos, é um ex-jornalista e opositor de longa data que esteve brevemente na prisão após participar de movimentos de protesto contra Serge Sarkissian, em 2008, que deixaram 10 mortos.

Reforma polêmica

A Constituição armênia proíbe que o presidente cumpra mais de dois mandatos. Mas Sarkissian impulsou a votação, em 2015, de uma reforma polêmica para concentrar o essencial do poder no primeiro-ministro.

Os manifestantes criticavam as manobras de Serge Sarkissian para permanecer no poder e também a incapacidade do ex-militar de 63 anos para diminuir a pobreza ou a corrupção.

A maior manifestação ocorreu na terça-feira da semana passada, quando 40 mil  pessoas protestaram em Erevan. Foi a manifestação mais importante dos últimos anos no pequeno país do Cáucaso.

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