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Imprensa

Jornais analisam reações a corte de 8 mil empregos na Peugeot

Os jornais desta sexta-feira analisam as reações ao anúncio da montadora francesa Peugeot Citroën, que planeja cortar oito mil empregos e fechar uma fábrica perto de Paris.

Imprensa francesa desta sexta-feira analisa reações a corte de 8 mil empregos na Peugeot.
Imprensa francesa desta sexta-feira analisa reações a corte de 8 mil empregos na Peugeot.
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Segundo Le Figaro, este é o primeiro grande desafio para François Hollande na área social. Em seu editorial, o jornal conservador afirma que a credibilidade do governo está em jogo, depois que os socialistas denunciaram durante a campanha eleitoral a incapacidade de Sarkozy de enfrentar os dramas provocados pelo fechamento de indústrias no país.

Le Figaro defende a Peugeot das críticas do governo e dos líderes sindicais. Para o diário, a empresa é vítima de uma legislação do trabalho rígida demais. "Diante de uma concorrência desenfreada e globalizada, não é possível se manter competitivo em um país que insiste nas 35 horas de trabalho semanais, onde a flexiblidade é reduzida ao mínimo e onde o custo do trabalho é maior que em outros lugares", escreve Le Figaro.

"Ainda é possível produzir francês?", interroga a manchete de Libération. "Diante do corte de 8 mil empregos anunciados ontem pela Peugeot, os recursos do governo são limitados", afirma o diário progressista.

Em seu editorial, o jornal se questiona sobre a responsabilidade dos dirigentes e dos acionistas do grupo, cuja estratégia industrial fracassou, e pergunta se tudo foi feito para evitar a catástrofe. Libération também questiona se a alternativa para a indústria automobilística francesa é se transferir para fora do país ou morrer, já que a Renault, que produz menos na França, não enfrenta as mesmas dificuldades de sua concorrente Peugeot.

Já Les Echos aponta os cinco erros estratégicos que conduziram a Peugeot-Citröen a uma degradação financeira brutal em apenas um ano. Segundo o diário econômico, a montadora "paga sua forte exposição aos mercados deprimidos da Europa, enquanto sua estratégia de produzir carros mais luxuosos e de internacionalização ainda não dá resultados".

Em seu editorial, o jornal católico La Croix qualifica o anúncio da Peugeot de "ducha fria" e diz que a hora não é de apontar os culpados, mas de apoiar da melhor maneira possível os trabalhadores que perderão seus empregos.

L'Humanité afirma que os motivos da Peugeot para cortar um número tão grande de postos de trabalho são questionáveis. O jornal comunista acusa a empresa de ter esperado a campanha eleitoral passar antes de anunciar seu plano de reestruturação para não prejudicar o ex-presidente Nicolas Sarkozy, que foi candidato à reeleição em maio. Com isso, a Peugeot e o poder público perderam um tempo precioso que poderia ter sido usado para salvar empregos, segundo L'Humanité.
 

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