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Desaparecimento de Amarildo abala UPPs, diz Libération

O Brasil está em destaque em dois diários deste sábado, 24 de agosto de 2013, mas com temas diferentes. O jornal de esquerda Libération informa que a política de pacificação das favelas cariocas é alvo de críticas após desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo. O Le Figaro questiona a eficiência da ação do BC para conter a alta do dólar. Os jornais franceses também analisam a decisão do governo socialista de criar uma nova taxa no país que gera muita polêmica.

Protesto no Rio de Janeiro denuncia desaparecimento de Amarildo.
Protesto no Rio de Janeiro denuncia desaparecimento de Amarildo. Reuters
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“Os desaparecidos da pacificação nas favelas do Rio” é o titulo do artigo do jornal Libération sobre a política de pacificação das favelas cariocas. Depois de explicar o caso, o jornal de esquerda lembra que até a pouco tempo o Brasil, mergulhado na violência, não teria ligado muito para o desaparecimento do ajudante de pedreiro. Mas o atual movimento de protesto no país obrigou as autoridades a abrir um inquérito. Libération diz que este é mais um golpe para o impopular governador Sérgio Cabral. O caso abala sua política de pacificação das favelas que visava justamente acabar com a imagem de extrema violência que tinha a ação policial nas comunidades.

O governo fluminense se defende dizendo que antes o número de desaparecidos era bem maior e que agora, com as UPPs, esses abusos cometidos pelos traficantes podem ser denunciados, escreve o jornal. Desde 2003, 24 mil pessoas, na maioria jovens negros, estão desaparecidas somente no estado do Rio. Lembrando a época da ditadura militar brasileira, o jornal conclui dizendo que "enquanto o mistério desses desaparecidos da democracia não for elucidado é difícil acreditar nas estatísticas que indicam o recuo do número de homicídios no país".

Ação do BC

O Le Figaro questiona a eficiência da ação do BC para conter a alta do dólar. O jornal conservador acredita que a decisão de Brasília de injetar 54 bilhões de dólares no mercado pode até conseguir defender a moeda brasileira. Mas essa ação não vai acabar com todas as dificuldades da economia brasileira. A inflação gira em torno de 6% e a taxa de crescimento caiu num abismo, escreve o jornal, citando a JPMorgan.

Taxa ecológica

O governo francês decidiu criar uma nova taxa no país: uma taxa ecológica, chamada de taxa carbono, que deve entrar em vigor no ano que vem. Ela foi anunciada na quinta-feira para acalmar os aliados ecologistas do governo socialista, informa o Le Figaro. O anúncio surpresa criou um mal-estar entre os integrantes do governo.

A nova taxa aparece em um momento em que vários líderes socialistas estão preocupados com a “saturação fiscal” vivida pelo contribuinte, escreve Libération. Este ano, os franceses vão pagar 46,3% de sua renda em impostos, um recorde nos últimos 50 anos calcula o jornal de esquerda.

O Le Parisien diz que os ministros do governo passaram a sexta-feira tentando tranquilizar os eleitores. Eles garantem que esta taxa não será um imposto a mais e sim uma contribuição. O tema cria polemica e indica, a poucos meses das eleições municipais, uma provável disputa interna e com os aliados ecologistas, prevê o Le Figaro.
 

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