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Centenário de diva Maria Callas é celebrado em Atenas com inauguração de museu inédito no mundo

Após 25 anos de preparação, Atenas inaugurou na quinta-feira (26) um museu em homenagem à lendária Maria Callas, célebre soprano greco-americana que faleceu em Paris em 1977. O museu é considerado o primeiro do gênero no mundo.

Maria Callas, em abril de 1971, no teatro Olympia, em Paris.
Maria Callas, em abril de 1971, no teatro Olympia, em Paris. (Photo : AFP)
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Projetado para marcar o centenário do nascimento da diva, o museu apresenta mais de 1,3 mil itens, incluindo um álbum escolar de Callas, livros, partituras, vestidos de ópera e fotografias, disseram os organizadores.

"A grande diva Maria Callas está voltando para casa", disse, entusiasmado, o prefeito da capital grega, Kostas Bakoyannis. "Estamos muito orgulhosos desse primeiro museu a combinar tecnologia e experiência", acrescentou.

O museu, localizado no coração da capital grega, é um prédio de quatro andares tombado, datado da década de 1920, que anteriormente abrigava um hotel. A construção levou mais de dez anos e custou €1,5 milhão.

"É um museu para todos os sentidos", promete Konstantinos Dedes, um dos supervisores do projeto.

O ex-prefeito de Atenas, Kostas Bakoyannis, fala a jornalistas e ao público durante a abertura oficial do Museu Maria Callas.
O ex-prefeito de Atenas, Kostas Bakoyannis, fala a jornalistas e ao público durante a abertura oficial do Museu Maria Callas. AFP - THEOPHILE BLOUDANIS

O circuito

O passeio começa no segundo andar, onde os visitantes entram em uma cena de floresta enquanto Callas – uma silhueta na parede do fundo – canta uma ária da ópera Norma, de Bellini. Outra sala recria a vista noturna da varanda da diva em Paris, com suas cortinas flutuantes. Há também uma gravação de Maria Callas dando uma palestra na Juilliard School of Music, em Nova York, no início da década de 1970.

Entre os destaques da coleção, estão o álbum de fotos pessoais da cantora, um espelho de seu camarim e seus óculos, que ela quase nunca usava. Há também caixas de fósforos doadas por companhias aéreas e hotéis durante sua última turnê mundial em 1973-1974, bem como o menu da famosa noite em Veneza em 1957, quando Callas conheceu o magnata grego Aristóteles Onassis.

Ela acabou se divorciando do então marido, o industrial italiano Giovanni Meneghini, para se casar com Onassis – que mais tarde a trocou pela ex-primeira-dama americana Jackie Kennedy.

Objetos e doações

Dezenas de instituições gregas e colecionadores particulares, incluindo os artistas Alekos Fassianos, Dimitris Mytaras e Panagiotis Tetsis, contribuíram para o novo museu, informou a cidade. Alguns objetos foram doados pelo La Scala de Milão, Metropolitan Opera, La Fenice de Veneza e Arena di Verona, onde Callas fez sua estreia na Itália, em 1947.

"Queríamos atrair pessoas que não a conhecem e não ouvem ópera (...) e ajudá-las a entender o que a diferenciava" de outros artistas, disse à AFP Erato Koutsoudaki, designer da exposição do museu.

Visitantes caminham em uma das salas do Museu Maria Callas, durante a inauguração oficial no centro de Atenas.
Visitantes caminham em uma das salas do Museu Maria Callas, durante a inauguração oficial no centro de Atenas. AFP - THEOPHILE BLOUDANIS

Nascida em 1923, em Nova York, filha de pais imigrantes gregos, Sophia Cecilia Anna Maria Kalogeropoulou viveu em Atenas de 1937 a 1945, depois que seus pais se separaram.

"Assim que minha mãe percebeu minhas qualidades vocais, decidiu fazer de mim uma criança prodígio. Mas as crianças prodígio nunca tiveram uma infância de verdade", escreveu Callas mais tarde.

O prédio de Atenas onde Callas morou por pouco tempo com sua mãe e irmã deverá se tornar uma academia de música, disse Bakoyannis na quarta-feira (25).

Depois de ter aulas de canto no Conservatório Nacional, ela fez sua estreia profissional na Royal Opera de Atenas em 1941. Seguiu-se uma carreira rica que se estendeu por mais de 30 anos.

Maria Callas morreu em Paris em 1977, aos 53 anos de idade. As cinzas da soprano foram espalhadas no Mar Egeu dois anos depois. Um filme sobre a sua vida, estrelado por Angelina Jolie, deve ser lançado no próximo ano.

Com informações da AFP

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