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Inauguração de museu do Holocausto na Holanda é perturbado por manifestações pró-Palestina

Na Holanda, o novo museu do Holocausto abre esta segunda-feira (11) ao público, após sua inauguração no domingo (10) ser abalada por várias manifestações pró-Palestina que denunciavam a presença do presidente israelense, Isaac Herzog, no evento. Cerca de 200 mesquitas no país pediram ao rei que não recebesse o chefe de Estado israelense. A extrema direita holandesa participou amplamente da polêmica.

Manifestantes pró-Palestina e contra a presença do presidente israelense, Isaac Herzog, na inauguração do Museu do Holocausto, em Amsterdam, em 11 de março de 2024.
Manifestantes pró-Palestina e contra a presença do presidente israelense, Isaac Herzog, na inauguração do Museu do Holocausto, em Amsterdam, em 11 de março de 2024. AP - Phil Nijhuis
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Antoine Mouteau, correspondente da RFI em Amsterdam

Durante o discurso do rei Willem-Alexander na televisão, os holandeses puderam ouvir os gritos de centenas de pessoas do lado de fora da sinagoga portuguesa, próxima ao museu, onde se realizou o discurso de inauguração.

Os manifestantes pró-Palestina chegaram ao museu no final de uma longa marcha pelo centro de Amsterdam, com bandeiras palestinas e se manifestaram durante quase seis horas contra a presença de Isaac Herzog na inauguração.

Sarah, 22 anos, veio propositalmente de Haia, a uma hora de Amsterdam, para manifestar. “Ainda há um genocídio em curso neste momento na Palestina, em Gaza. Então, como pode alguém que defende o genocídio abrir um museu do Holocausto? Isso é o cúmulo da hipocrisia”, diz.

Pró-palestinos acusados ​​de antissemitismo pela extrema direita

Poucas horas antes, alguns manifestantes vaiaram pessoas que saíam da sinagoga. Vários incidentes violentos ocorreram e a polícia prendeu cerca de 10 pessoas.

As manifestações de domingo causaram muita repercussão na Holanda, em particular porque a extrema direita anti-Islã holandesa, a grande vencedora nas eleições legislativas de novembro, diz ser pró-Israel e acusa os pró-palestinos de antissemitismo.

O deputado de extrema direita Geert Wilders, que tenta formar um governo de direita, centro e extrema direita tendo ele próprio como primeiro-ministro, chamou os manifestantes de escória e defende sua expulsão dos Países Baixos.

Aumento do antissemitismo

Uniformes listrados de Auschwitz, botões de roupas arrancados na chegada ao campo de extermínio de Sobibor, cartas e fotos: o museu, localizado no histórico bairro judeu do centro de Amsterdam exibe 2.500 objetos.

Antes da guerra e da ocupação nazista, a Holanda era a casa de cerca de 140 mil judeus, principalmente em Amsterdam, 102 mil deles foram mortos no Holocausto, ou cerca de 75%.

A inauguração do museu, 80 anos depois da Segunda Guerra Mundial, surge num contexto de aumento do antissemitismo no país.

O número de atos antissemitas duplicou em 2023, segundo dados oficiais. Num incidente recente que ganhou as manchetes, suásticas foram pichadas numa sinagoga.

Amsterdam destinou € 900 mil para proteger o museu, em frente ao qual foram colocados blocos de concreto para evitar um ataque de atropelamento.

(RFI e AFP)

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