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Imprensa francesa

Outras montadoras são suspeitas de manipular testes antipoluição, como a Volks

O escândalo da Volkswagen está estampado na primeira página de todos os jornais franceses desta quarta-feira (23). O tom das manchetes dá uma ideia da onda de choque provocada pela manipulação da montadora alemã dos dados de emissão de poluentes nos carros a diesel da marca: “Canos de descarga podres”; “Mentira envenenada”; “Alemanha em estado de choque” ou “Descida ao inferno”.

Capa do jornal Libération desta quarta-feira (23).
Capa do jornal Libération desta quarta-feira (23).
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A crise na Volkswagen atinge uma dimensão inédita. Outras montadoras também são suspeitas de manipular os testes e a imprensa francesa teme que toda a indústria automobilística europeia seja abalada pelo escândalo.

Le Figaro dá a dimensão do escaândalo: 11 milhões de carros da Volkswagen foram equipados com o software que falsifica os dados de emissão de poluentes e inquéritos foram abertos em todo o mundo para investigar os veículos da montadora que perdeu um terço de seu valor em dois dias. Esses dados mostram o inferno vivido pelo Volks desde a revelação do escândalo na última segunda-feira (21).

O CEO da montadora, Martin Winterkorn, pediu desculpas pelo "erro", mas deve perder o cargo. A capacidade da companhia de enfrentar a crise, e os US$ 18 bilhões em multas, é questionada pelo jornal conservador. A imagem da montadora, carro chefe da indústria alemã, está arranhada. E para Le Figaro, o escândalo atinge toda a indústria automobilística europeia.

Esquema europeu?

As outras montadoras europeias também são suspeitas de manipular os testes de emissão de poluentes. “A bomba explodiu.” A afirmação citada por Libération é de um representante de uma ONG ambiental francesa. François Cuenot diz que era necessário um escândalo como este para acabar com a hipocrisia que impera sobre a emissão de CO2 e outros gases poluentes dos carros vendidos no mercado europeu.

Como Libération, Aujourd'hui en France, explica que a norma europeia é diferente da americana. Os testes antipoluição são feitos em laboratório e condicionam a autorização para a venda do veiculo. Mas a grande diferença entre a emissão de poluentes obtida por esses testes e as taxas de poluição registradas nas estradas é de conhecimento público, escreve Libération.

Os inquéritos abertos em vários países vão revelar se a Volks é a única a manipular os dados, acredita o jornal.

Prejuízos

A Volksvagem, naturalmente, foi a mais sancionada pelo mercado após a revelação do esquema. As ações do grupo alemão perderam quase 20% somente ontem (22). Mas outras grandes montadoras europeias também fecharam no vermelho, como as francesas Peugeot, menos 8,8% e Renault, menos 7,1%, informa Les Echos.

O jornal econômico lembra que esta não é a primeira crise vivida pela Vokswagem, e as dificuldades passadas que não impediram a empresa de conquistar recentemente o lugar de primeira montadora mundial ao lado da Toyota. Resta saber se a marca símbolo do “made in Germany” vai conseguir superar este escândalo, sem precedentes, de falsificação nas emissões de gases poluentes dos motores a diesel, lança o diário.
 

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