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Tailândia continua sem primeiro-ministro após eleições; Parlamento deve se reunir na quarta

O Parlamento da Tailândia deve se reunir na próxima quarta-feira (19) para confirmar se o deputado reformista Pita Limjaroenrat, vencedor das eleições legislativas em maio, se tornará o novo primeiro-ministro do país. Mas as chances de ele ser nomeado ao cargo são pequenas, já que não há consenso entre deputados e senadores.

Pita Limjaroenrat conversa com a imprensa em Bangcoc, nesta quinta-feira (13).
Pita Limjaroenrat conversa com a imprensa em Bangcoc, nesta quinta-feira (13). AP - Sakchai Lalit
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Os parlamentares já haviam tentado confirmar Pita Limjaroenrat no cargo na última quinta-feira (13), mas não conseguiram chegar a um acordo.

Apesar do apoio de uma coalizão majoritária na Câmara Baixa (312 deputados de um total de 500), Pita não obteve os 60 votos de senadores necessários para atingir os 375 votos exigidos. A decisão final depende dos senadores nomeados pelo Exército, que está no poder desde o golpe de 2014.

A maioria dos senadores critica o projeto do deputado que prevê a reforma da lei de lesa-majestade, que condena ataques ao rei. O texto vigente também dá margem para diferentes interpretações e tem sido usado para fins políticos e para silenciar opositores.  

Cientistas políticos ouvidos pela AFP acreditam que Pita talvez nem possa se apresentar ao cargo de premiê pela segunda vez, após a primeira derrota no Parlamento. "Não vou desistir", disse ele a jornalistas na quinta-feira.

A segunda maior economia do sudeste asiático enfrenta um novo período de instabilidade, dois meses após eleições. 

Nova Constituição

Pita Limjaorenrat venceu as eleições legislativas de maio pelo partido 'Move Forward'. Ele personifica, aos 42 anos, a ruptura com o passado reivindicada por muitos jovens tailandeses que saíram às ruas em 2020 para exigir uma reforma da monarquia.

Mas ele enfrenta a resistência de um sistema controlado por elites conservadoras, que o recriminam por seus problemas com a Justiça e as propostas contra a monarquia.

Os senadores, nomeados pelos exército, ignoraram os apelos do 'Move Forward' para formar um governo, apesar do resultado das eleições, o que aproximaria mais a Tailândia de um regime democrático. Seu programa eleitoral inclui uma nova Constituição, a abolição do serviço militar obrigatório e a legalização do casamento homoafetivo.

Problemas na Justiça

O 'Move Forward' e seu líder enfrentam duas acusações, que alegam ter como objetivo afastá-los do poder.

Em um dos casos, Pita é acusado de possuir ações de um canal de televisão durante a campanha eleitoral e corre o risco de perder o cargo, pode ser condenado à prisão e ficar inelegível por 20 anos.

Em outro processo, o Tribunal Constitucional recebeu a denúncia de um advogado que acusa Pita e o 'Move Forward' de quererem "derrubar" a monarquia. A Tailândia já presenciou uma dezena de golpes desde o fim da monarquia absolutista em 1932.

(Com informações da AFP)

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