Mediador da ONU para a Síria retoma negociações de paz em Genebra

Os emissários do presidente sírio, Bashar al-Assad, e integrantes da oposição no exílio discutem nesta sexta-feira (24) em Genebra, no terceiro dia da conferência de paz promovida pela ONU, um eventual governo de transição na Síria. Desde já, os diplomatas consideram que as chances de sucesso são mínimas.

O mediador das negociações Lakhdar Brahimi à esquerda de Ban Ki-moon na abertura da conferência de paz, quarta-feira passada, em Montreux. REUTERS/Gary Cameron

As discussões são conduzidas pelo emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, de 80 anos. O mediador tenta se valer de sua experiência para convencer as partes inimigas a avançar pelo menos em alguns capítulos que poderiam aliviar o sofrimento dos sírios. A ONU já ficaria satisfeita se conseguisse concluir um acordo prevendo cessar-fogo locais, a abertura de corredores humanitários e troca de prisioneiros.

Porém, ao contrário do que estava planejado, as delegações do regime e da oposição não se reunirão na mesma sala. Brahimi vai conversar com cada representação separadamente. Esse primeiro ciclo de negociações pode durar até 31 de janeiro.

O destino de Bashar al-Assad é o principal motivo de desacordo. A oposição exige a saída do presidente sírio e a constituição de um governo de transição sem a participação do líder alauíta. O regime de Damasco rejeita essa proposta.

Por falta de consenso sobre essa questão central, Brahimi deve se concentrar na busca por medidas que visam melhorar a situação da população síria. Segundo a ONU, 130 mil pessoas já morreram desde o início do conflito, que completa três anos em março, e milhares de sírios tiveram que abandonar suas casas ou deixar o país para fugir da violência.