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Vaticano retoma relações diplomáticas com Mianmar após denúncias de tortura de cristãos

A Santa Sé e Mianmar, a antiga Birmânia, anunciaram nesta quinta-feira (4) o restabelecimento de relações diplomáticas, de acordo com um comunicado oficial do Vaticano publicado pouco depois de um encontro entre a dirigente birmanesa, Aung San Suu Kyi, e o papa Francisco.

Depois de um encontro entre a dirigente birmanesa, Aung San Suu Kyi, e o papa Francisco, a Santa Sé e Mianmar anunciaram o estabelecimento de relações diplomáticas.
Depois de um encontro entre a dirigente birmanesa, Aung San Suu Kyi, e o papa Francisco, a Santa Sé e Mianmar anunciaram o estabelecimento de relações diplomáticas. REUTERS/Tony Gentile
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"A Santa Sé e Mianmar, que desejam promover a amizade mútua, decidiram em conjunto estabelecer relações diplomáticas", anunciou o comunicado do Vaticano desta quinta-feira (4), após ter sido recebida pelo papa Francisco durante cerca de 30 minutos.

A decisão da retomada de relações bilaterais permitirá ao Vaticano ter mais influência em Mianmar num momento em que o país sai lentamente de um longo período de ditadura militar. O único cardeal do país, Charles Maung Bo, estima que o número de católicos birmaneses em 700 mil em um país de 51,4 milhões de pessoas, com uma maioria esmagadora de budistas.

O Vaticano era representado até esta quinta-feira (4) por uma delegação apostólica da Igreja Católica na Birmânia, que incluía uma base na Tailândia. Muitos cristãos birmaneses pertencem a minorias étnicas que vivem ao longo da fronteira tailandesa e que lutam durante décadas contra o governo central.

“Dama de Rangun”

O encontro entre o pontífice e a vencedora do Nobel da Paz de 1991 foi classificado como "muito simples e alegre" por jornalistas que acompanharam a reunião.

Em fevereiro deste ano, Francisco denunciou na Praça de São Pedro o tratamento reservado à minoria muçulmana rohingya, "torturada e assassinada por suas tradições e sua fé" em Mianmar.

Esta é a última etapa da viagem europeia de Aung San Suu Kyi, compromisso oficial que foi ofuscado pelas denúncias de maus-tratos dos rohingyas em Mianmar, país de maioria budista. A "Dama de Rangun", como também é conhecida a líder birmanesa, foi amplamente criticada por seu silêncio sobre as atrocidades cometidas contra os rohingya.

 

 

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