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Paquistão celebra 70 anos de independência para curar feridas do passado

O Paquistão celebra nesta segunda-feira (14) os 70 anos de sua independência da Índia britânica com festas em todo país e um grande espetáculo aéreo na capital, Islamabad.

Paquistanesas acenam bandeiras nacionais na celebração de 70 anos da independência do país, em 14 de agosto de 2017.
Paquistanesas acenam bandeiras nacionais na celebração de 70 anos da independência do país, em 14 de agosto de 2017. REUTERS/Akhtar Soomro
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As celebrações começaram à meia-noite de domingo (13) com a explosão de fogos de artifício nas principais cidades do país. No simbólico posto fronteiriço de Wagah, limítrofe com a Índia, o chefe do Estado-Maior do Exército paquistanês, Qamar Javed Bajwa, hasteou uma enorme bandeira nacional em um mastro de mais de 100 metros de altura, enquanto a multidão entoava cantos patrióticos.

"O país está no caminho do progresso e perseguirá todos os terroristas no Paquistão", prometeu Bajwa, dois dias depois de um atentado ter deixado 14 mortos, incluindo vários militares, na cidade de Quetta, sudoeste do país. Segundo o Exército paquistanês, o ataque foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico e tinha como objetivo suspender as celebrações pela independência.

Erros do passado

"Cometemos vários erros no passado, mas estamos no caminho do desenvolvimento, guiados por nossa Constituição", acrescentou Bajwa, no momento em que as relações entre o poder civil e os militares se encontram tensas, duas semanas depois de o Tribunal Supremo ter destituído o primeiro-ministro Nawaz Sharif por corrupção.

Nesta segunda-feira (14), seu sucessor, Shahid Khaqan Abbasi, assistiu a uma salva de canhões e ao hasteamento da bandeira na capital, acompanhado de comandantes militares e de autoridades estrangeiras. Após a cerimônia, houve um grande show de acrobacias aéreas militares, que contou com a participação de aviões turcos e sauditas.

Conheça abaixo os números da sangrenta separação entre ĺndia e Paquistão, ocorrida em 1947:

190 anos: A duração do domínio britânico - primeiro, por meio da Companhia das Índias Orientais e, depois, mediante a Coroa. A Companhia levou mais de um século gerenciando fábricas na Índia antes de exercer um poder político a partir de 1757.

400 milhões: A população da Índia britânica - incluindo os atuais Paquistão e Bangladesh - no momento da divisão em 1947.

40: O número de dias concedidos ao juiz britânico Cyril Radcliffe, que nunca havia visitado essa parte do mundo, para traçar as novas fronteiras entre Índia e Paquistão.

6.100 km: A extensão das novas fronteiras entre ambos os países. A parte ocidental (atual Paquistão) e oriental (atual Bangladesh) tinham uma distância de mais de 1.500 km.

Zero: O número de vezes em que o então primeiro-ministro britânico, Clement Attlee, e o último vice-rei da Índia, Lorde Louis Mountbatten, pronunciaram a palavra "Paquistão" ("país dos puros") ao anunciarem publicamente o projeto de divisão, em 3 de junho de 1947.

48 horas: O tempo entre o anúncio da independência da Índia em 15 de agosto de 1947 e o começo da retirada das tropas britânicas. O processo terminou em fevereiro de 1948.

1 milhão: Estimativa mais repetida do número de mortos na violência causada pela divisão. Alguns balanços falam em dois milhões de mortos.

83.000: Estimativa do número de mulheres e meninas estupradas, ou sequestradas, no caos da partição.

15 milhões: O número de deslocados, que abandonaram seus lares a pé durante a divisão. Hindus e sikhs seguiram rumo à Índia, e muçulmanos, ao Paquistão.

400.000: O número de pessoas que fizeram parte do maior comboio de refugiados que caminharam juntos do atual Paquistão para a Índia.

320.000 km: A distância percorrida pelos trens que evacuaram refugiados pela estrada de ferro norte-oeste em 1947.

Três: O número de guerras entre Índia e Paquistão desde a independência.

(Com informações da AFP)

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