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Maior estrela do Fórum Econômico de Davos em 2024 foi a inteligência artificial

Como se beneficiar da inteligência artificial e, ao mesmo tempo prevenir os seus riscos? A questão estava no foco das discussões no Fórum Econômico Mundial, que se encerrou em Davos, na Suíça, nesta sexta-feira (19). O evento reuniu mais de 2,8 mil participantes em uma semana.

Sam Altman, CEO e cofundador da Open IA, participa de painel no Fórum Econômico de Davos em 18 de janeiro 2024.
Sam Altman, CEO e cofundador da Open IA, participa de painel no Fórum Econômico de Davos em 18 de janeiro 2024. © Fabrice COFFRINI / AFP
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Gigantes da tecnologia como Google, Meta e Microsoft, e executivos do fundador do ChatGPT, OpenAI, compareceram com destaque nos painéis oficiais e inúmeras reuniões informais com políticos e líderes empresariais. Mas os debates também ressaltaram a necessidade de regulamentação para proteger os indivíduos. A União Europeia, os Estados Unidos e até a China abordaram esta questão.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, pediu na plenária do evento maior cooperação neste tema. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que "a IA foi muito discutida”, mas ainda não temos uma estratégia global eficaz” sobre uso dessas tecnologias.

Ele indicou que o presidente chinês, Xi Jinping, manifestou o desejo de colocar a ONU no centro das negociações sobre a regulamentação da inteligência artificial. No ano passado, Guterres criou um painel de especialistas para trabalhar nas recomendações.

Em dezembro, ele apresentou um relatório preliminar que defendia “princípios gerais”, como a inclusão, o interesse geral e o direito internacional.

O ChatGPT, lançado no final de 2022, mostrou ao grande público o potencial da IA ​​generativa, que permite criar textos, fotos, sons ou vídeos em poucos segundos em resposta a uma solicitação do usuário. A ferramenta pode ter as mais diversas utilizações.

Inserção de países em desenvolvimento

A ONU “desempenha um papel único, pela sua legitimidade global, para corrigir, se quiser, a falha em incluir certas pessoas de países emergentes e em desenvolvimento, a sua história, as suas experiências de vida ou as suas necessidades” nesta nova realidade que avança a passos largos, explicou Marietje Schaake, especialista em informática da Universidade de Stanford e membro do painel de especialistas.

Antes da reunião de Davos, o FMI indicou, num relatório, que a IA teria consequências, positivas ou negativas, para 60% dos empregos nos países avançados. No Fórum Econômico Mundial, o impacto nos países em desenvolvimento foi particularmente debatido.

Brad Smith, vice-presidente do conselho de administração da Microsoft, que investiu pesado na OpenAI, disse que já estava “otimista” antes de Davos sobre a perspectiva de colaboração internacional em IA. “E nada mudou”, afirmou ele à AFP.

“Davos permite muita conversa com pessoas que nem sempre estão no mesmo lugar e você faz um balanço da situação, descobre onde estão os valores comuns e onde tem desafios”, disse.

Sapthagiri Chapalapalli, da empresa de consultoria Tata Consultancy Services Europe, observa que uma “esmagadora maioria” daqueles com quem conversou em Davos “acredita que a IA tem um potencial imenso”. Entre as questões colocadas, estão como usar a IA para aumentar a produtividade e como usá-la de forma responsável.

Para a UE, a resposta está em uma ampla legislação, planejada para regular o setor e gerir os seus riscos.

Risco nas eleições

O principal desafio imediato será o ano eleitoral de 2024, com votações de bilhões de pessoas planejadas neste ano – na Europa, Índia, México e Estados Unidos. O CEO da OpenAI, Sam Altman, reconheceu os perigos da IA ​​para as eleições, ao mesmo tempo que garantiu que a sua empresa estava “focada” no assunto.

A vice-presidente da Comissão Europeia para Valores e Transparência, Vera Jourova, diz que perguntou aos executivos da tecnologia sobre os seus preparativos para as eleições.

“O que ouço muitas vezes das empresas americanas é que a forma como a Europa regula as coisas mitiga os riscos desde o início, o que cria maior segurança jurídica do que nos Estados Unidos”, explicou aos jornalistas.

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