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Ataques no Mar Vermelho levam à retomada do transporte ferroviário entre a China e a Europa

O transporte ferroviário de mercadorias foi retomado entre a China e a Europa desde o início do ano. Esta é uma consequência positiva para os chineses dos ataques realizados pelos houthis no Mar Vermelho contra navios mercantes, em represália à ofensiva em Gaza. 

O trem que liga a China à Europa e se transformou em uma alternativa para o transporte de mercadorias diante dos ataques dos houthis no mar Vermelho
O trem que liga a China à Europa e se transformou em uma alternativa para o transporte de mercadorias diante dos ataques dos houthis no mar Vermelho AP - Czarek Sokolowski
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Dominique Baillard, da RFI

Em janeiro, o volume de mercadorias transportadas entre a China e a Europa pelas ferrovias das “Rotas da Seda”, que passam pela Rússia, aumentou 30% em relação a 2023.

Este dado foi confirmado por transportadores ocidentais, alemães, suíços e holandeses e pela empresa russa Aliança Ferroviária da Eurásia, que fiscaliza o tráfego ferroviário.

Esta nova rota comercial, que utiliza 43 linhas férreas, entrou em funcionamento em 2011, é uma alternativa que vem crescendo nos últimos doze anos. Mais de 200 cidades europeias se beneficiam dessa esta rede. Entre elas, Hamburgo, Madri e Valenton, uma cidade situada no sudoeste de Paris.

A viagem pelo Cabo da Boa Esperança, que é usado por navios de carga que fogem do Mar Vermelho, pode levar até 50 dias. Mas, de trem, leva a metade do tempo.

Os trens ligam a China à Alemanha em cerca de dez dias. O frete ferroviário é um pouco mais caro do que o marítimo, mas ainda é mais econômico em comparação ao transporte aéreo, que tem sido usado desde que os houthis atacaram navios no Mar Vermelho. 

As sanções ocidentais ameaçam o transporte das mercadorias passando pela Rússia. Após a invasão da Ucrânia, o transporte por terra para a Rússia e Belarus está proibido, mas nada impede o trânsito nos dois países.

Por precaução, as transportadoras têm evitado essa rota. Em 2023, grande parte dos trens entre a China e a Europa permaneceram na plataforma e o volume de mercadorias caiu drasticamente para 50%.

Mas o atual aumento no tráfego é uma forma de vingança para a RZD, a empresa ferroviária nacional da Rússia liderada por um associado próximo de Vladimir Putin. 

A RDZ é responsável pela maioria dos pedágios cobrados nessas estradas. As transportadoras privilegiam agora a segunda rota da Ferrovia Transcáspia, que contorna a Rússia através do Cazaquistão e do Azerbaijão.

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Fluxo no Panamá foi reduzido

Pequim também beneficia do aumento do tráfego no Expresso Ferroviário China-Europa. Embora o frete ferroviário com a Europa tenha diminuído em 2023, ele disparou com a Rússia e o tráfego em geral continuou a crescer no ano passado. 

O retorno dos ocidentais consolida a estratégia das "Rotas da Seda", cujo objetivo é desenvolver uma nova rede comercial.

Além das dificuldades no mar Vermelho, o fluxo pelo Canal do Panamá também foi reduzido por conta da seca no Canal do Suez e devido à insegurança. Neste contexto, a necessidade de expandir as rotas terrestres parece ainda mais urgente.

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