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Alemanha supera o Japão em 2023 e passa a ser a terceira maior economia do mundo

Em 2023, o Japão perdeu seu título simbólico de terceira maior economia do mundo para a Alemanha, em parte como resultado da queda do iene, de acordo com dados preliminares do produto interno bruto (PIB) japonês publicados nesta quinta-feira (15).

Bolsa de Valores de Frankfurt em maio de 2023.
Bolsa de Valores de Frankfurt em maio de 2023. © Staff / Reuters
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O PIB nominal do Japão (ou seja, ajustado pela inflação) em 2023 será de cerca de US$ 4,2 bilhões, em comparação com os cerca de US$ 4,5 bilhões da Alemanha, cujo PIB nominal foi impulsionado pela inflação, que permaneceu alta no país no ano passado. Porém, em termos reais, ou seja, excluindo a inflação, o PIB do Japão acelerou no ano passado (+1,9%, contra 1% em 2022), enquanto a economia alemã sofreu uma contração de 0,3%, de acordo com dados oficiais publicados em janeiro.

A Alemanha, uma potência exportadora, está sofrendo com a fraca demanda externa, os custos de energia para seu grande setor industrial e as taxas de juros aumentadas pelo Banco Central Europeu (BCE) em uma tentativa de vencer a inflação. A piora da situação econômica da Alemanha significa que seu novo título de terceira potência econômica mundial, prometido desde outubro passado pelas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), é visto como uma "miragem" internamente.

Especialmente porque a Índia pode ultrapassar o Japão e a Alemanha dentro de alguns anos, novamente em termos de PIB nominal em dólares. De acordo com Brian Coulton, economista da Fitch Ratings, entrevistado pela agência AFP, a economia em expansão do país mais populoso do planeta poderia se equiparar a essas duas nações já em 2025. Porém, "obviamente, o PIB per capita da Índia permanecerá bem abaixo do da Alemanha e do Japão", acrescentou.

No Japão, a mídia local comentou bastante sobre a perda do terceiro lugar na classificação econômica mundial, ressaltando que, além do impacto excepcional da queda do iene, há poderosos fatores fundamentais negativos em ação, como o declínio demográfico acelerado do arquipélago e a produtividade cronicamente baixa.

"Depois de perder o segundo lugar para a China, atrás dos Estados Unidos, em 2010, o Japão agora também cede o terceiro lugar", lamentou o principal jornal de negócios do Japão, o Nikkei, em um editorial publicado no último sábado. "O Japão não fez nenhum progresso no aumento de seu próprio potencial de crescimento. Essa situação deve ser um alerta para acelerar as reformas econômicas que têm sido negligenciadas", acrescentou o Nikkei.

Japão entra em recessão

Assim como a Alemanha, o Japão é uma potência industrial e exportadora, mas esse status está em declínio há muito tempo, e seu consumo interno vem atualmente sendo prejudicado pela inflação e pela queda do iene. A desvalorização da moeda japonesa continuou no ano passado (-7% em relação ao dólar). Isso se deve principalmente ao intervalo de tempo entre o drástica política de austeridade monetária nos Estados Unidos e na Europa desde 2022 e a manutenção da postura considerada indulgente do Banco do Japão (BoJ).

No quarto trimestre, o PIB japonês se contraiu novamente (-0,1% no trimestre em termos reais ajustados sazonalmente), registrando a segunda queda consecutiva após um declínio mais acentuado no período de julho a setembro (-0,8% de acordo com um número revisado para baixo na quinta-feira).

O Japão está, portanto, passando por uma recessão técnica, o que é uma surpresa, já que o consenso dos economistas da agência Bloomberg havia previsto uma leve recuperação de 0,2% no quarto trimestre. O consumo das famílias caiu 0,2% no trimestre, e o investimento não residencial de empresas privadas, 0,1%. O único ponto positivo foi uma contribuição líquida ligeiramente positiva das exportações de bens e serviços para o PIB, com um aumento de 2,6% nas exportações e um aumento de 1,7% nas importações.

A situação econômica mais sombria do que o esperado no Japão pode complicar a tarefa do Banco nacional de iniciar o fim de sua política monetária de taxas de juros ultrabaixas este ano. Esse processo deve ser extremamente gradual, já que o BoJ está muito preocupado em não desestabilizar a economia japonesa e os mercados financeiros. O FMI prevê um crescimento econômico moderado no Japão este ano (+0,9%).

(Com AFP)

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