Com anúncio de eleições para presidente, Senegal começa a sair de crise política
O Conselho Constitucional do Senegal aceitou nesta quinta-feira (7) o dia 24 de março para a realização de eleições presidenciais. O anúncio do pleito na noite de quarta-feira (6) pode significar uma saída para a grave crise que teve no início de fevereiro, quando o chefe de Estado adiou a votação.
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O Conselho tinha anunciado as eleições para o dia 31 de março. Mas em um comunicado nesta quinta-feira, disse que o presidente teria se sentido pressionado a convocar o pleito para dia 24 de março.
Os decretos da presidência estão “conformes à exigência” da organização da eleição antes do fim do mandato do presidente Macky Sall, em 2 de abril, disse o Conselho Constitucional.
O presidente Macky Sall anunciou em 3 de fevereiro o adiamento da eleição presidencial, originalmente marcada para 25 de fevereiro. Dois dias depois, o Parlamento senegalês aprovou um adiamento até 15 de dezembro, com os votos do bloco presidencial e dos apoiadores de um dos candidatos, muito contestado.
Sall justificou a medida alegando que havia uma disputa entre a Assembleia Nacional e o Conselho Constitucional sobre o impeachment de alguns candidatos. Os deputados estavam investigando dois juízes do Conselho, cuja integridade foi questionada.
A oposição denunciou uma manobra do presidente para se manter no poder. Eleito em 2012 e reeleito em 2019, Sall havia, no entanto, garantido que não se candidataria à reeleição. O presidente também foi acusado de tentar impedir uma eventual derrota do primeiro-ministro Amadou Ba, proposto como seu sucessor, o que ele negou.
O país atravessa sua mais grave crise política em décadas. Após o adiamento da eleição, violentas manifestações tiveram início no país, onde quatro pessoas morreram. Os manifestantes denunciavam um "golpe de Estado constitucional”.
Em meados de fevereiro, o Conselho Constitucional invalidou o adiamento e o presidente concordou em convocar eleições "o mais rápido possível".
Confirmando sua posição, o Conselho também se recusou a permitir a realização de eleições após o término do mandato de Sall, em 2 de abril, e bloqueou um reexame da lista de 19 candidatos que havia validado em janeiro.
Enquanto isso, algumas medidas foram acrescentadas, como a adoção de uma lei de anistia ligada à violência política nos últimos anos, que poderia beneficiar o candidato antissistema Bassirou Diomaye Faye.
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(Com AFP)
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