Acessar o conteúdo principal

Senegal inicia apuração de votos de eleição presidencial após três anos de crise política

A população do Senegal foi às urnas neste domingo (24) para escolher o seu quinto presidente. O resultado é imprevisível e os eleitores decidirão entre o candidato do poder e o da mudança, após três anos de instabilidade. 

População foi às urnas em Dacar para eleger o novo presidente do Senegal
População foi às urnas em Dacar para eleger o novo presidente do Senegal AP - Mosa'ab Elshamy
Publicidade

Cerca de 7,3 milhões de eleitores se inscreveram para votar em mais de 16 mil centros de votação no país e no exterior, que fecharam às 18h no horário local.  A disputa está entre o candidato do poder Amadou Ba e seu principal rival, o antissistema Bassirou Diomaye Faye. 

Ba, de 62 anos, foi primeiro-ministro por algumas semanas no governo do presidente em exercício Macky Sall, que o nomeou como seu sucessor. Bassirou Diomaye Faye, de 43 anos, é o "candidato à mudança de sistema" e ao "Pan-africanismo de esquerda".

Ambos estão confiantes na vitória sem necessidade de segundo turno, que ainda não tem data definida.  Os primeiros resultados devem ser divulgados durante a noite.

Em Dacar, a correspondente da RFI, Léa-Lisa Westerhoff, conversou com alguns eleitores. "Hoje é um grande dia. A democracia e o futuro do país estão em jogo", disse uma eleitora, que garantiu "não estar cansada" com o jejum praticado durante o Ramadã e que sua participação "valia a pena." Para um outro eleitor, de 56 anos,"essa é a eleição mais importante de sua 'curta' vida."

UE envia centenas de observadores

A votação é acompanhada de perto pela comunidade internacional, já que o Senegal é considerado um dos países mais estáveis da África Ocidental, uma região onde ocorreram vários golpes de Estado. Dacar mantém relações sólidas com o Ocidente, enquanto a Rússia fortalece as suas posições nos países vizinhos.

A sociedade civil, a União Africana, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e a União Europeia enviaram centenas de observadores. Os enviados da UE constataram que as eleições aconteceram "com calma, eficiência e de forma muito ordenada", declarou a chefe da missão, Malin Björk.

A eleição estava marcada para 25 de fevereiro, mas um adiamento de última hora desencadeou uma onda de violência que deixou quatro mortos. No fim, o pleito foi marcado para 24 de março. A campanha foi reduzida para duas semanas no mês de jejum muçulmano.

O presidente em exercício, com 12 anos no poder e reeleito em 2019, não concorreu à reeleição. É a primeira vez que um presidente em exercício não se apresenta à reeleição.

Tensão política

Ba se apresenta como o candidato à continuidade. "Vamos consolidar, vamos aprofundar, vamos acelerar, vamos melhorar e vamos mais rápido", disse ao votar ao lado da esposa, em Dacar.

No entanto, ele terá que assumir o legado de Sall: pobreza persistente, alto desemprego, dívida pesada e a partida de milhares de migrantes todos os anos em embarcações para a Europa. Faye descreveu a si mesmo como uma "opção pela mudança" ao votar junto de suas duas esposas em sua cidade de Ndiaganiao, no oeste.

Desde 2021, o país vive episódios de turbulência provocados pela disputa entre o governo e o opositor Ousmane Sonko, guia do candidato Diomaye Faye, somados às tensões sociais e à indefinição do presidente Sall sobre a sua candidatura a um terceiro mandato.

 A crise prolongou-se com o adiamento das eleições presidenciais. Dezenas de pessoas morreram e centenas foram presas, prejudicando a imagem do país.

(RFI e AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.