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Ciclone/ Moçambique

Ciclone Idai já matou pelo menos 732 pessoas na África e doenças ameaçam sobreviventes

A passagem do ciclone Idai na África austral já causou pelo menos 732 mortes e obrigou centenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas, conforme novos balanços publicados neste sábado (23) pelos governos dos países atingidos e pela ONU. Moçambique é o país mais atingido, com 417 mortos e 1.528 feridos contabilizados até o momento.

Moçambique já conta com pelo menos 600 mil desabrigados após a passagem do ciclone Idai.
Moçambique já conta com pelo menos 600 mil desabrigados após a passagem do ciclone Idai. REUTERS/Siphiwe Sibeko
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O balanço anterior em Moçambique citava 293 mortos. O ministro do Meio Ambiente moçambicano, Celso Correia, calculou que a região afetada pelo desastre alcança uma superfície de 3.000 quilômetros quadrados.

"É um desastre natural sem precedentes, um desastre que equivale a grandes catástrofes", afirmou Correia em Beira, a segunda maior cidade do país, parcialmente devastada na passagem do Idai. "Infelizmente, ninguém na região e no mundo consegue prever um desastre de tal magnitude", completou.

O ciclone chegou ao continente na noite de 14 de março. Dois grandes rios da região, Buzi e Pungue, transbordaram e alagaram cidades inteiras. Só em Moçambique, a tragédia levou 600 mil pessoas a ter de abandonar suas casas. Casos de cólera já foram registrados em Beira.

Médico examina bebê em acampamento imporvisado em Beira para receber os desabrigados em Moçambique.
Médico examina bebê em acampamento imporvisado em Beira para receber os desabrigados em Moçambique. REUTERS/Mike Hutchings

O Idai é o ciclone mais forte a afetar a África austral desde o Eline, que em 2000 matou mais de 800 pessoas. Desta vez, além de Moçambique, Malaui e Zimbábue também foram atingidos. No Zimbábue, o número de mortos chega a pelo menos 259 e o de feridos, a 200.

Ajuda internacional

O secretário geral da ONU, António Guterres, pediu nesta sexta-feira (22) à comunidade internacional que multiplique suas doações para os milhares de sobreviventes do ciclone, insistindo na necessidade de "solidariedade" nos próximos meses. Guterres observou que se sente "encorajado pelos esforços das equipes de resgate nacionais e internacionais" e disse que "o que é necessário a partir de agora são fundos para apoiar a resposta (ao desastre) nos dias e semanas que vêm".

"Eu gostaria de fazer um forte apelo à comunidade internacional para enfatizar o apoio" a esses países, destacou, lembrando que a ONU liberou US$ 20 milhões em uma primeira ajuda de emergência. "No entanto, é necessária mais ajuda internacional", insistiu Guterres.

Nove dias após a passagem do ciclone Idai, Beira, em Moçambique, permanece alagada.
Nove dias após a passagem do ciclone Idai, Beira, em Moçambique, permanece alagada. REUTERS/Mike Hutchings

Doenças ameaçam sobreviventes

Depois da liberação do acesso às principais ruas de Beira e o salvamento das pessoas que permanecem bloqueadas em zonas inundadas, “a próxima etapa é facilitar o acesso à água potável, porque o que nos espera são doenças”, declarou a diretora do Unicef, Henrietta Fore, que chegou em Moçambique para constatar os estragos. “O tempo está passando e estamos em um momento crítico”, ressaltou.

Fore evocou “os corpos em decomposição e uma falta de higiene e de instalações sanitárias”, além da água parada e da proliferação de mosquitos.

“Infecções de malária se multiplicam entre os sobreviventes que estão bloqueados em locais alagados”, destacou a Federação Internacional da Cruz Vermelha, em comunicado. “Doenças respiratórias também podem ser um problema sanitário. Continua a chover dentro das casas e, para os desabrigados que estão em escolas ou igrejas, o confinamento favorece à transmissão de doenças como a pneumonia”, alertou a organização Médicos Sem Fronteiras.

Com informações da AFP

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